Notas sobre os (e a partir dos) ajuntamentos desde junho de 2013

Autores/as

  • Alexandre Silva de Jesus Universidade Federal de Pernambuco

Palabras clave:

ajuntamentos desde junho, ação direta, violência

Resumen

Resumo

O presente artigo discorre sobre as manifestações coletivas, iniciadas, no Brasil, desde junho de 2013, a partir de três aspectos seus, notáveis: o número dos manifestantes, a recusa à qualquer representação política e sua relação com a violência. Em sua primeira parte, o artigo desenvolve uma análise, a partir de um diálogo com o pensamento de Slorterdijk, sobre a relação desses ajuntamentos de rua e outros tipos de ajuntamentos, para explicar o modo de sua ocorrência e como esta exige novas disposições teóricas. No segundo tópico, os ajuntamentos são analisados a partir de seu recurso à ação direta como contraponto a mediação política para, na seqüência, destacarmos uma leitura possível de sua ação direta através da antropologia política de Pierre Clastres. Em sua última seção, o artigo buscou recuperar certo diagrama da violência para de esclarecer os jogos de atração e repulsa à violência que os ajuntamentos manifestaram.

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