Quem tem medo do grapixo? Estética, street art e as fronteiras com o campo ampliado

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2024.261494

Palabras clave:

grapixo, pixação, grafite, arte urbana, intervenção

Resumen

O artigo consiste no estudo de caso sobre intervenção de arte urbana difundida no Grande Recife. Este estudo, realizado a partir de uma vivência como espectador em uma oficina de grafite no início de 2022, teve como recorte principal a investigação de um estilo específico sob o formato derivado da junção das palavras Pixação e Grafite – “Grapixo”. Grafite é a pintura de muro de rua com imagens, e pixação é só o nome e o símbolo da/a pixador/a em spray ou rolo. Já “Grapixo”, ocorre quando o artista escreve o próprio nome pintado com as letras estilizadas e coloridas. Desta vez, o planejamento visual tem uma preocupação mais útil com a composição, intercalando a assinatura com o plano de fundo de cores em espiral, uma vez que na parte inferior consta-se o nome na horizontal. Longe da prestidigitação, essa miscelânea de cores e nomes nos mundos da arte de rua estimula a percepção do transeunte em olhar com acuidade o código, visto que foi produzido em uma monocultura de “mãos inteligentes”. Assim, foram os estudos sociológicos, alicerçados à proposta da cartografia social dos espaços urbanos e ao método da observação não-participante, que construíram as narrativas e compreensões analíticas desta pesquisa.

Biografía del autor/a

Gabriel Góes do Amaral, Universidade Federal de Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco. Doutorando e mestre em Sociologia (PPGS); graduado em Ciências Sociais (UFPE). Tem interesse na área de Sociologia da Arte, pesquisando principalmente os temas performance; corpo e cidade; imaginário social; artes visuais em espaços públicos e movimento hip-hop.

Citas

BECKER, Howard S. Mundos da Arte. Tradução: Luís San Payo. Lisboa: Livros Horizonte, 2010.

BEY, Hakim (Pseudo). WILSON, Peter Lamborn. Zona Autônoma Temporária. Tradução de Renato Resende. – 3. Ed. – São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2011.

BUTI, Marco Francesco. O bunker e o kubo branco. In: ARS (São Paulo) , v. 32, pág. 207-212, 2018.

CARDOSO, João Batista Freitas; LASSALA, Gustavo. Personagem e grafite–apropriação e mercado. In: Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 16, n. 30, 2019.

COCCHIARALE, Fernando. Quem tem medo da arte contemporânea?. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2006.

COSTA, Ana Kossoski. ARAGÃO, Isabella Ribeiro. A pixação enquanto linguagem gráfica: aspectos formais das assinaturas do estilo pixo reto. In: Anais 10 Congresso Internacional de Design da Informação, 2021.

COSTA, Nicole do Nascimento Medeiros. A Rua Respira Arte!: uma antropologia do graffiti. 2017. 232f. Tese (Doutorado em Antropologia). Programa de Pós-graduação em Antropologia da UFPE, 2017.

DELEUZE, Giles. GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. vol. 1. tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1995.

DELFANTE, Charles. A grande história da cidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Coisa pública, Coisa dos povos, Coisa plural. In: SILVA, Rodrigo (org.). A República por vir: arte, política e pensamento para o século XXI. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

FOSTER, Hal. Signos Subversivos. In: Recodificação: Arte, Espetáculo, Política Cultural. São Paulo, Casa Editorial Paulista, 1996.

FOUCAULT, Michel. Préface à la transgression. In: Dits et écrits, t. I. Paris, Gallimard, p. 233-250, 1994.

GARCIA, Débora Cristina Ferreira; GATTAZ, Cristiane Chaves; GATTAZ, Nilce Chaves. A Relevância do Título, do Resumo e de Palavras-chave para a Escrita de Artigos Científicos. In: Revista de Administração Contemporânea, v. 23, n. 3, p. 1-9, 2019.

GONDIM, Filipe. “Pixar é humano”: escritas insurgentes na cidade. In: Outras Gramáticas. Recife: Editora Propágulo, p. 21-29, 2021. Disponível em: https://propagulo.com.br/product-page/livro-outras-gram%C3%A1ticas Acesso em: 24 out. 2023.

LEÃO, Daniela Sales de Souza. “De periferia em periferia”: os pixadores, seus espaços e circulações em Recife–Pernambuco. 2017. 143f. Dissertação (Mestrado em Antropologia). Universidade Federal de Pernambuco, 2017.

LEMOS, Mariana. Do pixo ao muralismo, conheça a cena cearense. In: Revista Xarpi. Disponível em: < https://www.calameo.com/read/0059655135aa19ebd0ffc> Acesso em: 20 nov. 2023.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A ciência do concreto. In: O pensamento Selvagem. Tradução: Tânia Pellegrini – 8 Edição, Campinas, SP: Papirus, p. 15-50, 1989.

MANCO, Tristan. Graffiti Brasil. London, Thames and Hudson, 2005.

MARANHÃO, Wilson. Pichações e mato na entrada: antigo prédio da vice-governadoria é retrato do abandono em pleno Centro do Recife. In: Diário de Pernambuco – Vida Urbana. Recife, 04 e 05 de novembro de 2023, n. 308. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2023/11/pichacoes-e-mato-na-entrada-antigo-predio-da-vice-governadoria-e-retr.html Acesso em: 04 nov. 2023.

MOURA, Thiago Santa Rosa de. Pixadores, Grafiteiros e suas territorialidades: apropriação socioespaciais da cidade do Recife. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa em Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2014.

OLIVEIRA, A. K. de Carvalho. MARQUES, ngela C. Salgueiro. Pixo e cenas dissensuais em Belo Horizonte: antagonismos entre a força da lei e a emergência dos pixadores como sujeitos políticos. In: Revista QUAESTIO IURIS, v.9, n.4, p. 2007–2024, 2016.

SABOTAGE (Pseudo). SANTOS, Mauro Mateus dos. Rap É Compromisso! Disco de Vinil. São Paulo: Cosa Nostra, 2000.

SOUZA, David da Costa Aguiar de. Pichação carioca: etnografia e uma proposta de entendimento. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Departamento de Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007.

TAVARES, Andréa. Ficções urbanas: estratégias para a ocupação das cidades. In: ARS (São Paulo), v. 8, p. 21-30, 2010.

Vídeos

BORELLI, Cláudio. URUBUS. 2023 / 1h 53min / Drama.

TRESUM, Júlio. O que é Grapixo? – Graffiti para iniciantes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Icj1qJMvOSo Acesso em: 24 out. 2023.

Publicado

2024-09-11