Quem tem medo do grapixo? Estética, street art e as fronteiras com o campo ampliado
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2024.261494Palavras-chave:
grapixo, pixação, grafite, arte urbana, intervençãoResumo
O artigo consiste no estudo de caso sobre intervenção de arte urbana difundida no Grande Recife. Este estudo, realizado a partir de uma vivência como espectador em uma oficina de grafite no início de 2022, teve como recorte principal a investigação de um estilo específico sob o formato derivado da junção das palavras Pixação e Grafite – “Grapixo”. Grafite é a pintura de muro de rua com imagens, e pixação é só o nome e o símbolo da/a pixador/a em spray ou rolo. Já “Grapixo”, ocorre quando o artista escreve o próprio nome pintado com as letras estilizadas e coloridas. Desta vez, o planejamento visual tem uma preocupação mais útil com a composição, intercalando a assinatura com o plano de fundo de cores em espiral, uma vez que na parte inferior consta-se o nome na horizontal. Longe da prestidigitação, essa miscelânea de cores e nomes nos mundos da arte de rua estimula a percepção do transeunte em olhar com acuidade o código, visto que foi produzido em uma monocultura de “mãos inteligentes”. Assim, foram os estudos sociológicos, alicerçados à proposta da cartografia social dos espaços urbanos e ao método da observação não-participante, que construíram as narrativas e compreensões analíticas desta pesquisa.
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