Divisões de gênero, posição socioeconômica e desigualdade de saúde no Brasil

Auteurs-es

  • José Alcides Figueiredo Santos

DOI :

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2019.243766

Mots-clés :

gênero, fatores socioeconômicos, desigualdade de saúde

Résumé

O artigo analisa a associação entre gênero e saúde, estima a desigualdade de gênero de saúde de 2003 a 2013, caracteriza o papel dos fatores socioeconômicos nesta desigualdade e investiga as variações da desigualdade de gênero a depender da posição socioeconômica. Estimam-se as probabilidades preditas e as diferenças absolutas e proporcionais de gênero na probabilidade de ter uma autoavaliação não boa do estado de saúde. São utilizados os suplementos de saúde da PNAD-2003, da PNAD-2008 e os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013. Os fatores socioeconômicos revelam diferentes facetas e mostram potenciais distintos de demarcação das discrepâncias de gênero de saúde. O bloco classe-renda e a educação vêm atuando de forma bastante diferenciada na desigualdade de gênero de saúde. Classe e renda agem como fatores mediadores e educação como variável supressora.  O efeito mediador de renda suplanta o efeito supressor da educação. Avalia-se em 2013 o papel mediador de relevantes fatores de risco e doenças crônicas na desigualdade resultante. As divisões de gênero geram desvantagens de saúde especialmente entre os grupos que estão situados em circunstâncias não vantajosas de emprego e renda.

Biographie de l'auteur-e

José Alcides Figueiredo Santos

Doutor em Sociologia pelo IUPERJ (2000), com Pós-Doutorado na Universidade de Wisconsin-Madison, é Professor Titular (aposentado) e Professor Convidado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJF e o Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da UFJF.

Références

ANNANDALE, E. 2010. Health status and gender. In: COCKERHAM, W. C. (ed.). The new Blackwell companion to medical sociology. Oxford: Wiley-Blackwell. p. 97-112.

ANNANDALE, E. 2014. The sociology of health and medicine: a critical introduction. 2. ed. Cambridge: Polity Press.

AQUINO, E. M. L.; MENEZES, G. M.S.; AMOEDO, M. B. 1992. Gênero e saúde no Brasil: considerações a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n.3, p.195-202. http://www.scielo.br/pdf/rsp/v26n3/11.pdf

AQUINO, E. M. L. 2006. Gênero e saúde: perfil e tendências da produção científica no Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 40 (N Esp.), p.121-32. http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40nspe/30631.pdf

BARTLEY, M. 2004. Health inequality: an introduction to theories, concepts and methods. Cambridge: Polity.

BEST, H.; WOLF, C. 2015. Logistic regression. In: BEST, H.; WOLF, C. Wolf (ed.). The SAGE handbook of regression analysis and causal inference. Los Angeles: Sage. p. 153-171.

BORRELL, C. et al. 2004.Social class and self-reported health status among men and women: what is the role of work conditions, household material standards and household labor? Social Science & Medicine, v. 58, n. 10, p.1869-1887. https://doi.org/10.1016/S0277-9536(03)00408-8

DAHLIN, J.; HÄRKÖNEN, J. 2013. Cross-national differences in the gender gap in subjective health in Europe: Does country-level gender equality matter? Social Science & Medicine, v. 98, December, p. 24-28. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2013.08.028

DOYAL, L. 2000. Gender equity in health: debates and dilemmas. Social Science & Medicine. v. 51, n. 6, p. 931-939. https://doi.org/10.1016/s0277-9536(00)00072-1

AUTOR.

AUTOR.

JYLHA, M. 2009. What is self-rated health and why does it predict mortality? Towards a unified conceptual model. Social Science & Medicine, v. 69, n. 3, p. 307-316. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2009.05.013

JYLHA, M. 2011. Self-Rated health and subjective survival probabilities as predictors of Mortality. In: ROGERS, R.G.; CRIMMINS, E.M. (eds.), International handbook of adult mortality. New York: Springer. p. 329-344.

MANOR, O.; MATEHEWS, S.; POWER, C. 2000. Dichotomous or categorical response? Analysing self-rated health and lifetime social class. International Journal of Epidemiology, v. 29, n. 1, p. 419-28. https://doi.org/10.1093/ije/29.1.149

MOOD, C. 2010. Logistic regression: why we cannot do what we think we can do, and what we can do about it. European Sociological Review, v. 26, n. 1, p. 67–82. https://doi.org/10.1093/esr/jcp006

LONG, J. S. MUSTILLO, S. A. 2018. Using predictions and marginal effects to compare groups in regression models for binary outcomes”. Sociological Methods & Research, On Line First. https://doi.org/10.1177/0049124118799374

READ, J. G.; GORMAN, B. K. 2006. Gender inequalities is US adult health: the interplay of race and ethnicity. Social Science & Medicine, v. 62, n. 5, p. 1045-1065. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2005.07.009

READ, J. G.; GORMAN, B. K. Gender and health inequality. 2010. Annual Review of Sociology, v. 36, p. 371–86. https://doi.org/10.1146/annurev.soc.012809.102535

RIDGEWAY, C. 2011. Framed by gender. Oxford: Oxford University Press. SHAW, M. et al. 2007. The handbook of inequality and socioeconomic position: concepts and measures. Bristol: The Policy Press.

SZWARCWALD, C. L. et al. 2005. Determinantes sócio-demográficos da auto-avaliação da saúde no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, Sup: S54-S64. http://www.scielo.br/pdf/csp/v21s1/07.pdf

SNEAD MC. Self-Rated Health. 2014. In: Cockerham, WC; Dingwall, R; Quah, SR, editores. The Wiley Blackwell encyclopedia of health, illness, behavior, and society. New Jersey: John Wiley & Sons.

VILLELA, W.; MONTEIRO, S.; VARGAS, E. 2009. A incorporação de novos temas e saberes nos estudos em saúde coletiva: o caso do uso da categoria gênero. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n.4, p. 997-1006. http://www.scielo.br/pdf/csc/v14n4/a02v14n4.pdf

WILLIAMS, Richard. 2016. Understanding and interpreting generalized ordered logit models. The Journal of Mathematical Sociology, v. 40, n. 1, 7–20.

Téléchargements

Publié-e

2019-12-19