O populismo como política religiosa e como religião política

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2025.266247

Mots-clés :

democracia, nostalgia holística, populismo, religião política

Résumé

O artigo explora o populismo como uma nostalgia holística, definindo-o como um imaginário político que idealiza um passado de pureza e harmonia do povo, corrompido por elites e restaurado por líderes redentores. O populismo é analisado como uma mentalidade que sacraliza a política, transformando-a em uma religião secular, onde o povo uno busca regeneração através de revoluções ou reformas. O artigo contrasta o povo populista (orgânico, homogêneo) com o povo constitucional (plural, secular), destacando a tensão entre visões holísticas e pluralistas. O populismo alimenta narrativas apocalípticas, polariza sociedades e instrumentaliza temas como migração e ecologia para mobilizar paixões coletivas. Nesse sentido, embora a democracia secular tenha mitigado parte do impulso populista, a secularização não é linear, e o populismo ressurge em contextos de crise, reacendendo conflitos entre identidade sagrada e pluralismo profano. A resistência do populismo é atribuída à sua capacidade de oferecer sentido e pertencimento em um mundo percebido como fragmentado.

Biographie de l'auteur

Loris Zanatta, University of Bologna

Universidade de Bologna. Professor do Departamento de Ciências Políticas e Sociais da Universidade de Bologna.

 

Références

BERLIN, Isaiah. Four essays on liberty. 1969.

CESARI, Jocelyne. We God's people: Christianity, Islam and Hinduism in the world of nations. Cambridge University Press, 2021.

DE HAAS, Hein. How migration really works: A factful guide to the most divisive issue in politics. Random House, 2023.

ELIADE, M. El mito del eterno retorno: Arquetipos y repetición, Alianza, Madrid 2011.

FIGUEROA, Alfonso Jaime García. Derechos de la naturaleza, neoconstitucionalismo andino y ecopopulismo: A propósito de la constitucionalización de los derechos de la Pacha Mama en la República del Ecuador. Parlamento y Constitución. Anuario, n. 24, p. 15-46, 2023.

HABERMAS, Jürgen. Teoría de la acción comunicativa: I. Racionalidad de la acción y racionalización social. Trotta, 2023.

HEGEL,G.W.F. Fenomenología del espíritu, Abada, Madrid 2010.

INGLEHART, Ronald; NORRIS, Pippa. Sacred and secular: Religion and politics worldwide. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

KALTWASSER, Cristóbal Rovira et al. (Ed.). The Oxford handbook of populism. Oxford University Press, 2017.

MÉNY, Yves;SUREL, Yves. Populismo e democrazia, il Mulino, Bologna 2001.

MOKYR, Joel. A culture of growth: The origins of the modern economy. In: A culture of growth. Princeton University Press, 2018.

MUDDE, C. Populismo. Una breve introducción, Alianza, Madrid 2019.

POPPER, K. La sociedad abierta y sus enemigos. Paidós, Barcelona 2017.

POPPER, K. La miseria del historicismo. Alianza, Madrid 2014.

TAYLOR, Charles. A secular age. Harvard university press, 2007.

WEBER, Max. La ética protestante y el “espíritu” del capitalismo, Alianza, Madrid 2012.

ZANATTA, Loris. Popolo. Liber Libri, Macerata 2023.

ZANATTA, Loris. Bergoglio. Una biografia politica. Laterza, Roma-Bari 2025.

Publiée

2025-07-01