Revisitando a terminologia substance, set e setting: o exemplo dos festivais de música eletrônica e os ritos urbanos de consumo de ayahuasca
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2017.235796Palavras-chave:
psicoativos, ayahuasca, raves, terapias transculturaisResumo
O objetivo deste artigo é explorar um aspecto pouco discutido nos estudos sobre consumo de psicoativos: a metodologia. Desenvolvida por Leary nos anos de 1950, retomada por Zinberg nos anos 1980 e por MacRae e Simões nos anos de 1990, a ferramenta metodológica substance, set e setting, que auxiliou diversos estudos ao longo de meio século, encontra-se ameaçado por padrões teóricos que o consideram essencialista, determinista e que leva, necessariamente, a especialização das ciências nos estudos de psicoativos: substance (farmacologia, química, física, biologia), set (psicologia), setting (Ciências Sociais). A partir dos exemplos dos festivais de música eletrônica e das terapias transculturais, percebemos como os diferentes espaços de consumo de psicoativos encontrado nas cidades reorganizam de maneira bastante diferenciada as noções de substance, set e setting segundo as problemáticas e disputas aos quais estão inseridos. A hipótese deste artigo é que a pertinência da terminologia de Zinberg nas análises antropológicas de fenômenos ligados ao consumo de psicoativos virá se deslocarmos ou estendermos a noção de social para os outros dois domínios da trilogia.Referências
COUTINHO, T. (2005). O êxtase urbano: símbolos e performances dos festivais de música eletrônica. Tese de mestrado. Programa de Pós-Graduação de Sociologia e Antropologia. PPGSA-IFCS.
COUTINHO, T. (2005). “Os símbolos e performances dos festivais de música eletrônica”. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação de Sociologia e Antropologia. PPGSA-IFCS
COUTINHO, T. (2006) “Do êxtase religioso ao ecstasy festivo: uma analise simbólica e performática dos festivais de música eletrônica”. Religião e Sociedade. Volume 26. Número 1.
COUTINHO, T. (2011). “O xamanismo da floresta na cidade: o exemplo kaxinawa”. Tese de doutorado. IFCS-PPGSA-UFRJ.
COUTINHO, T. (2014). Curando através de imagens: notas sobre os mecanismos terapêuticos de um rito urbano de consumo de ayahuasca. Ponto Urbe, v. 7, p. 32-50.
GUARINELLO, Norberto (2008). “O vinho: uma droga mediterrânica”, in: LABATE et. al (orgs). Drogas e Cultura: novas perspectivas. Salvador: EDUFBA
GRILLO, C. (2005). Fazendo o doze na pista: um estudo de caso do mercado ilegal de drogas na classe média. Dissertação de mestrado IFCS/UFRJ/PPGSA)
HENMAN, Anthony R.. “A coca como planta mestra: reforma e nova ética”, in: LABATE et. al (orgs). Drogas e cultura: novas perspectivas. Salvador: EDUFBA.
KESTRUP, L. (2006) “Natureza e protesto: Os dois lados da Cannabis na visão de mundo rastafári. Disponível em: http://www.neip.info/downloads/texto_lucas.htm. Acesso em: 31.10.2017
LABATE, Beatriz. (2004) A reinvenção do uso da ayahuasca nos centros urbanos. Campinas: Mercado das Letras.
LAGROU, E. (2011). Controlar a fluidez da forma: a cura no uso do Nixi Pae entre os kaxinawa. Bia Labate (No prelo).
LATOUR, Bruno (2008). Reassembling the social: a introduction to actor-network Theory. Oxford: University Press.
LÉVI-STRAUSS, Claude (1967). «Le socier et sa magie», in: Antropologie Structural II. São Paulo. Cossac Naif
MACRAE e SIMÕES (2000). Rodas de fumo: o uso da maconha entre camadas médias urbanas. Salvador: EDUFBA/CETAD/UFBA.
MARRAS, S. (2005). Do natural ao social: as substâncias em meio estável. In. Drogas e Culturas: novas perspectivas. Labate, Fiori, Goulart, Macrae e Carneiro. EDUFBA. Salvador.
OLIVEIRA, R. P. (2007). “Da universalização do Ensino Fundamental ao desafio da qualidade: uma análise histórica.” Revista Educação e Sociedade, vol. 28, n.º 100. Campinas: CEDES.
SIMÕES, Júlio (2008). “Introdução”, in: LABATE, Beatriz et. al (orgs). Drogas e cultura: novas perspectivas. Salvador: EDUFBA.
ZINBERG, Norman (1982). Drug, set and setting: the basis of controlled intoxicant use. New Haven: Yale University Press.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado