O impacto dos restos a pagar não processados na classificação de universidades públicas brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2359-1382.2021.247010

Palavras-chave:

conflitos de agência; orçamento público; restos a pagar. rankings universitários

Resumo

O setor público brasileiro é norteado, em matéria fisco-orçamentária, pela Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Tal dispositivo traz, dentre outras, regras gerais para a elaboração e controle do orçamento público. Uma dessas previsões legais é o reconhecimento da categoria de Restos a Pagar. O trabalho buscou, além de uma análise do comportamento das variáveis orçamentárias, evidências estatísticas da relação do Restos a pagar não processados com o desempenho das instituições no índice/Rankings de referência RUF – Ranking Universitário Folha. A análise e discussão mostraram que, no período analisado, as instituições executaram praticamente a totalidade das dotações orçamentárias. Além disso identificou-se uma sensibilidade na taxa de variação dos restos a pagar não processados em relação à taxa de variação do Orçamento. No modelo econométrico testado os parâmetros das variáveis EXEC (índice de execução orçamentária) e RPNP (índice de restos a pagar não processados) se apresentaram todos significativos, apontando uma relação positiva e negativa, respectivamente, em relação à variável dependente RUF.

Biografia do Autor

Daniel Garrett Feitosa, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Graduado em Economia (2009) e Mestre em Ciências Contábeis (2021) ambos pela Universidade Federal de Pernambuco-UFPE. Coordenador Administrativo/Financeiro da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação – PROPESQI/UFPE.

Maurício Assuero Lima de Freitas, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Graduado em Matemática e em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (2002) e Doutor  em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (2009). Professor adjunto do departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da  Universidade Federal de Pernambuco-UFPE.

Referências

ALVES PRANDINO, Diego. Carry-over: a flexibilização do princípio da anualidade orçamentária como indutora da qualidade do gasto público e da transparência fiscal. Prêmio Tesouro Nacional de monografias.2011.

ANDRADE, G. A. Estudo econométrico dos efeitos da migração para OIGC: índice de ações com governança corporativa diferenciada da Bovespa. In: IX SEMEAD – Seminários em Administração.Administração no Contexto Internacional. São Paulo: FEA/USP, 2003.

ANGELI, Alzira.Transparência e acesso à informação: quem é o cidadão que demanda a abertura de informações públicas no Brasil? Revista Eletrônica de Ciência Política, Curitiba, PR, v. 7, n. 2, 2016.

BOEX L. F, Jameson; MARTINEZ-VAZQUEZ, Jorge; M.MCNAB, Robert. Multi‐Year Budgeting: A Review of International Practices and Lessons for Developing and Transitional Economies. Public Budgeting & Finance.Wiley, v. 20, n. 2, p. 91-112, 2000.

BRASIL. Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm>. Acesso em: 10 jul. 2019.

BRASIL. Lei Federal nº 9.428, de 28 de junho de 2018. Altera o Decreto nº 98.872 de 23 de dezembro de 1986, para dispor sobre despesas inscritas em restos a pagar não processados. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9428.htm> Acesso em: 10 jul. 2019.

BRASIL. Lei Federal nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016. Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação e altera a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, a Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, a Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990, a Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, e a Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, nos termos da Emenda Constitucional nº 85, de 26 de fevereiro de 2015. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13243.htm > Acesso em: 10 jul.2019

COELHO NILSON, Gabriel et al. Gestão de restos a pagar: estudo de caso dos resultados alcançados pela UFSC no período de 2011 a 2016. Revista Catarinense da Ciência Contábil, Florianópolis, SC, v. 18, p. 1-16, 2019.

DA SILVA LOURENÇO, Henrique; CALDERÓN, Adolfo Ignacio. Rankings acadêmicos na educação superior: mapeamento da sua expansão no espaço ibero-americano. Acta Scientiarum. Education, Maringá/PR, v. 37, n. 2, p. 187-197, 2015.

DE SOUZA VANZ, Samile Andrea et al. Rankings universitários internacionais e o desafio para as universidades brasileiras. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis/SC, v. 23, n. 53, p. 39-51, 2018

FÁVERO, Luiz Paulo Lopes. Dados em painel em contabilidade e finanças: teoria e aplicação. BBR-Brazilian Business Review, Vitória, ES, v. 10, n. 1, p. 131-156, 2013.

HAZELKORN, E. Rankings and the reshaping of higher education: The battle for world-class excellence. 2. Ed. Dublin Institute of Technology, Ireland, 2015, 297 p.

JENSEN, Michael C.; MECKLING, William. Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, Rochester, NY, v. 3, n. 4, p. 305-360, 1976.

KHALIL, Fahad; KIM, Doyoung; LAWARREE, Jacques. Use it or lose it. Journal of Public Economic Theory, Wiley, v. 21, n. 6, p. 991-1016, 2019.

LETA, Jacqueline; GLÄNZEL, Wolfgang; THIJS, Bart. Science in Brazil. Part 2: Sectoral and institutional research profiles. Scientometrics, Cham, Switzerland, v. 67, n. 1, p. 87-105, 2006

LIEBMAN, Jeffrey B.; MAHONEY, Neale. Do expiring budgets lead to wasteful year-end spending? Evidence from federal procurement. American Economic Review, Pittsburgh, v. 107, n. 11, p. 3510-49, 2017.

MARTINS, Vinicius A. et al. Teoria de agência aplicada no setor público. Revista espacios, Caracas/Venezuela, v. 37, n. 35, p. 16373501-16373530, 2016.

MCPHERSON, Michael. An analysis of year-end spending and the feasibility of a carryover incentive for federal agencies. 2007. 61p. MBA Professional Report. Naval Postgraduate School. Monterey CA, 2007.

MENDES, Marcos. O que é contabilidade criativa. Carta de Economia e Negócios, Taguatinga/DF, v. 1, n. 3, p. 7-11, 2014.

OREIRO, José Luis. A grande recessão brasileira: diagnóstico e uma agenda de política econômica. Estudos Avançados, São Paulo/SP, v. 31, p. 75-88, 2017.

PERES, Ursula Dias. Custos de transação e estrutura de governança no setor público. Revista Brasileira de Gestão de Negócios-RBGN, São Paulo/SP, v. 9, n. 24, p. 15-30, 2007.

PINTO, Daniely Wasilewski et al. Teoria da Agência e o Controle Social da gestão pública. Revista Organização Sistêmica, UNINTER, v. 5, n. 3, p. 100-109, 2014.

RIBEIRO, Leonardo Cézar. Impactos da anualidade orçamentária na alocação dos recursos públicos. Artigo de Curso de Especialização em Orçamento Público, Secretaria de Orçamento Federal–SOF, Brasília, 2010.

RIBEIRO, Leonardo Cézar. Impactos da anualidade orçamentária na alocação dos recursos públicos. Artigo de Curso de Especialização em Orçamento Público, Secretaria de Orçamento Federal–SOF, Brasília, 2010.

FOLHA DE SÃO PAULO. RUF: Ranking Universitário Folha. Página inicial. Disponível em: < https://ruf.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 10 de jul. de 2019.

SILVA, Clariovaldo Enias Tavares da et al. Execução orçamentária: um estudo sobre a inscrição de restos a pagar nas universidades federais do Nordeste. In: XIV Colóquio Internacional de Gestão Universitária. Florianópolis/SC, 2014.

SENADO FEDERAL. SIGA BRASIL: Painel Especialista. Página inicial. Disponível em: < http://www9.senado.leg.br/>. Acesso em: 10 de jul. de 2019.

VASCONCELOS, Cássia Cardoso de Carvalho et al. Os impactos financeiros dos restos a pagar na execução orçamentária e financeira das IFES da região Centro-Oeste no período de 2008 a 2016. 2018. 111 p. Dissertação. Programa de Pós-graduação em Administração Pública Andifes (FCT). Universidade Federal de Goiás/UFG, Aparecida de Goiânia - GO, 2018.

Downloads

Publicado

2021-12-02

Edição

Seção

Artigos