adjetivo: da classificação normativa à modificação argumentativa
DOI:
https://doi.org/10.51359/1982-6850.2019.241450Palavras-chave:
gramática normativa, tradição gramatical, adjetivo, semântica argumentativa, sentidoResumo
O ensino de gramática no Brasil ocupa um lugar de destaque no ensino de línguas, cuja ênfase ainda reside na classificação e na correção linguística, revela-se pouco significativo para que o usuário de língua atenda às demandas que a sociedade lhe coloca. Este trabalho apresenta, uma possibilidade de ensino de gramática sob o viés enunciativo da Semântica Argumentativa e traz como exemplo uma atividade que concebe o uso semântico do adjetivo má (em má o suficiente) como um modificador argumentativo. A pesquisa está fundamentada em pesquisadores como Weedwood (2002) para compreender o percurso dos estudos gramaticais; Flores e Teixeira, para delinear um estudo enunciativo; e Ducrot (1998) para fundamentar o uso do adjetivo como um modificador argumentativo. Os resultados permitem reafirmar que é somente no discurso que o sentido efetivamente se constitui; a descrição semântica do adjetivo fundamentada na perspectiva enunciativa não faz referência apenas ao seu papel junto ao substantivo mas estende-se ao discurso em sua totalidade de sentido, revelando grande potencial argumentativo. O adjetivo, ao ser atualizado pelo locutor, atualiza também uma escala gradual, tornando o enunciado que o contém um argumento mais forte em relação àquele que não conta com o uso do adjetivo.Referências
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
AZEVEDO, Tânia Maris de. Encadeamentos argumentativos, relações sintagmáticas e associativas: reflexão sobre o ensino da leitura. Antares, Caxias do Sul, v. 8, n. 15, p. 48-65, jan.-jun. 2016.
BARBISAN, Leci Borges. O sentido no discurso: o olhar da Teoria da Argumentação na Língua. In. DI FANTI, Maria da Glória; BARBISAN, Leci Borges. (Org.) Enunciação e Discurso: tramas e sentidos. São Paulo: Contexto, 2012.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo.3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
DUCROT, Oswald. Argumentação e “topoi” argumentativos. In. GUIMARÃES, Eduardo. (Org.) História e sentido na linguagem. Campinas, SP: Pontes, 1989.
DUCROT, Oswald.Les modificateurs déréalisants»,Journal of Pragmatics, vol. 24, nº1-2,1995,.145-165.Traducido al español dans M. M. García Negroni (ed)Signo y Seña, nº 9, 1998, p. 45-72.
DUCROT, Oswald.La Sémantique Argumentative peut-elle se réclamer de Saussure? In. SAUSSURE, Louis de (Org.) Nouveaux regards sur Saussure.Genebra: Librairie Droz S.A., 2006.
DUCROT, Oswald; Trajetória e legado de um filósofo da linguagem: Oswald Ducrot. Revista Investigação, v. 25, n.2, p. 11 –17, jul., 2012.
FLORES, Valdir do Nascimento; TEIXEIRA, Marlene. Introdução à linguística da enunciação. São Paulo: Contexto, 2005.
FLORES, Valdir do Nascimento et al. Enunciação e gramática. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.
FLORES, Valdir do Nascimento et al. Dicionário de linguística da enunciação. São Paulo: Contexto, 2009.
NEGRONI, María Marta García; TORDESILLAS COLADO, Marta. La enunciación em la lengua:de la deixis a la polifonia. Madrid: Editorial Gredos, S.A., 2001.
NEVES, M.H.de M. Gramática na escola.6. ed. São Paulo: Contexto, 2002.
NIEDERAUER, Carina Maria Melchiors. Compreensão leitora e formação docente : princípios de transposição didática de um modelo teórico-metodológico para a descrição semântico argumentativa do discurso. Tese (Doutorado em Letras). PPGL/UCS, Caxias do Sul, RS, 2015.
PLATÃO. Crátilo, ou sobre a correção dos nomes.São Paulo: Paulus, 2014.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
SAUSSURE, Ferdinand de. Escritos de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2004.
TEIXEIRA, Marlene. É possível a leitura? Revista Nonada:Porto Alegre, ano 8, n.8, 2005, p. 195-204.
WEEDWOOD, Bárbara. História concisa da linguística. Trad. Marcos Bagno. São Paulo:Parábola Editorial, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição- 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Os conteúdos da Revista Eutomia estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
a. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY- 4.0) License.
b. Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non- exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
c. Revista Eutomia’s contents are licensed under a Creative Commons Attribution-4.0 International (CC BY 4.0) License. This license allows reusers to distribute, remix, adapt, and build upon the material in any medium or format, so long as attribution is given to the creator. The license allows for commercial use.
Licença Creative Commons 4.0 by.