Sobre a singularidade das formas co-referenciais metafóricas
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2017.230994Abstract
Este artigo tem por objetivo discutir as bases epistemológicas, teóricas e metodológicas para a definição e análise de estratégias textuais co-referenciais recategorizadoras – sob a forma de anáforas nominais como as sinonímias e as paráfrases – nas quais há emprego de metáforas. Aponta-se, aqui, a singularidade destes processos diante de dois movimentos inferenciais distintos, relativos à co-referência e à configuração conceptual da metáfora no efeito de recategorização. Para atingirmos este objetivo, trazemos alguns exemplos extraídos de um ambiente retórico religioso, altamente produtivo para a ilustração da peculiaridade teórico-metodológica dos processos co-referenciais metafóricos.
References
AMOSSY, Ruth. L’argumentation dans le discours. Nathan, Paris. 2000.
APOTHÉLOZ, Daniel. Référer sans expression référentielle: gestion de la référence et opérations de reformulation dans des séquences métalinguistiques produites dans une tache de rédaction conversationelle. Pragmatics in 2000: selected papers from the 7th International Pragmatics Conference, Antwerp. 2 (1). pp. 30-38. 2000.
BENTES, Anna Christina & ALVES FILHO, Francisco. Apresentação. Linguagem em discurso. 12 (3), pp, 649-655. 2012.
CAMPOS, Leonildo. Silveira. Teatro, templo e mercado: organização e marketing de um empreendimento neopentecostal. Vozes. São Paulo. 1997.
CAVALCANTE, Mônica Magalhães & SANTOS, Leonor Werneck. Referenciação e marcas do conhecimento partilhado. Linguagem em discurso. 12 (3), pp, 657-682. 2012.
FILLMORE, Charles. Frame semantics. Linguistics in the Morning Calm. Soeul/ Hanshin. The Linguistic Society of Korea. pp. 111-137. 1982.
GOFFMAN, Ervin. Frame analysis. New York: Harper & Row. 1974.
HANKS, Willian. O que é contexto. In BENTES, Anna Christina. REZENDE, Renato Cabral & MACHADO, Marco Antônio. (eds.). Língua como prática social: das relações entre língua, sociedade e cultura a partir de Bourdieu e Bakhtin. São Paulo: Cortez Editora. pp. 169 – 203. 2008 [1999].
HILGERT, José Gaston. Parafraseamento. In JUBRAN, Clélia Cândido Abreu & Koch, Ingedore Villaça. (orgs) Gramática do Português Culto Falado no Brasil. Vol. 1 A construção do texto falado. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, pp. 275-300. 2006.
JUBRAN, Clélia Cândida Abreu. Introdução - A perspectiva textual-interativa. In Jubran, Clélia Cândido Abreu & Koch, Ingedore Villaça. (orgs) Gramática do Português Culto Falado no Brasil. Vol. 1 A construção do texto falado. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, pp. 27-38. 2006.
KITTAY, E. Metaphor: its cognitive force and linguistic structure. OUP. Oxford. 1987.
KOCH, Ingedore Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo Cortez Editora. 2002.
______. Introdução à Linguística Textual: trajetória e grandes temas. São Paulo: Martins Fontes. 2004.
______. Referenciação e orientação argumentativa. In: KOCH, I. G. V., MORATO, E. M. e BENTES, A. C. (Orgs.) Referenciação e discurso. Ed. Contexto. São Paulo. 2005.
______. Progressão referencial, progressão temática e progressão tópica. In KOCH, Ingedore Villaça. As tramas do texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, pp. 119-134. 2008.
______, CUNHA-LIMA, Maria. Luiza. Do cognitivismo ao sócio-cognitivismo. Introdução à linguística: fundamentos epistemológicos, Vol. 3, São Paulo, Cortez. 2004.
KÖVECSES, Zoltan. The effect of context on the use of metaphor in discourse. Iberica. 17 (1). pp. 11-24. 2009.
LAKOFF, George. Women, fire and dangerous things: what categories reveal about the mind. Chicago: The University of Chicago Press. 1987.
______, JOHNSON, Mark. Metáforas da vida cotidiana. (coordenação da tradução: Mara Sofia Zanotto) – Campinas: Mercado das Letras. São Paulo: Educ. 2002 [1980].
LEEZENBERG, M. Da Linguística Cognitiva às Ciências Sociais. Tradução de Erik Fernando Miletta Martins. Revista Investigações, vol. 28, n. 2. 2015 [2013].
MARCUSCHI, Luiz Antônio & KOCH, Ingedore Villaça. Estratégias de referenciação e progressão textual na língua falada. In Abaurre, Maria Bernardete & Rodrigues, Ângela. Gramática do português falado, vol. VIII. Campinas: Editora da UNICAMP, pp. 31-58. 2002.
______. O barco textual e suas âncoras. In KOCH, Ingedore Villaça. MORATO, Edwiges Maria & BENTES, Anna Christina (Orgs) Referenciação e Discurso. São Paulo: Contexto, pp. 53-102. 2005.
______. Referenciação e progressão tópica: aspectos cognitivos e textuais. Caderno de estudos linguísticos, 48 (1). Campinas. pp. 7-22. 2006.
______. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial. 2008.
MARTINS, Erik Fernando Miletta. O papel da teledifusão na organização textual-interativa da retórica neopentecostal. Communication, Cognition and Media (Comunicação, Cognição e Media). Braga: Aletheia - Associação Científica e Cultural da Faculdade de Filosofia da UCP. v. 2. pp. 191-202. 2010.
______. O percurso sociocognitivo das recategorizações metafóricas: construção de sentidos na retórica neopentecostal. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 2011.
______. MORATO, Edwiges Maria. Referenciação e orientação argumentativa na retórica neopentecostal: o percurso sociocognitivo das recategorizações metafóricas. In CAVALCANTE, Mônica Magalhães & LIMA, Silvana Calixto. (orgs) Referenciação: teoria e prática. São Paulo: Cortez Editora. pp, 86-104. 2012.
______. Semântica dos protótipos. In FERRAREZI Jr.,C.,BASSO, R. (orgs.) Semântica, semânticas: uma introdução. São Paulo, Editora Contexto, 2012.
______. Frames neoliberais na retórica neopentecostal: aspectos referenciais e sociocognitivos. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 2015.
MARTINS, H. Sobre linguagem e pensamento no paradigma experiencialista. Veredas. V.6, No.1, Jan/Jun. 75-90. 2002.
MEYER, Michel. A retórica. Trad. Lineide L. S. Mosca. São Paulo: Editora Ática. 2007.
MINSKY, Marvin. A Framework for Representing Knowledge. In The Psychology of Computer Vision. New York: McGraw-Hill. 1975.
MONDADA, Lorenza, DUBOIS, Daniele. Construção dos objetos de discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In: Cavalcante, Mônica. et al. (orgs.) Coleção clássicos da linguística: Referenciação. São Paulo: Contexto, pp. 17-52. 2003 [1995].
MORATO, Edwiges Maria, KOCH, Ingedore Villaça. Linguagem e cognição: os (des)encontros entre a linguística e as ciências cognitivas. Cadernos de Estudos Linguísticos, n. 44. Campinas. 2003. p. 85-91
______, BENTES, Anna Christina. TUBERO, Ana Lúcia. MACEDO, Heloísa. CAZELATO, Sandra. MIRA, Caio César Costa Ribeiro. MARTINS, Erik Fernando Miletta. Processos implícitos, contextuais e multimodais na construção referencial em conversações entre afásicos e não afásicos: relato de pesquisa. Linguagem em Dis(curso), 12 (3), pp.711-742. 2012.
______, et al. O papel dos frames na organização do tópico discursivo e na coesividade comunicacional na interação entre afásicos e não afásicos. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 59, n. 1, p. 91-110, abr. 2017.
______. Linguística Textual e cognição. (no prelo).
PERELMAN, Chaïm. & OLBRECHTS-TYTECHA, Lucie. Tratado da argumentação: a nova retórica. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes. 1996 [1954].
RODRIGUES, Kléber. Teologia da Prosperidade: Sagrado e Mercado. São Paulo: Edições FAFICA. 2003.
ROSCH, Eleanor. Principles of categorization. in ROSCH, Eleanor, LLOYD, Barbara. (eds.). Cognition and Categorization. Hillsdale, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates. 1978.
ROTH, Emilie. & SCHOBEN, Edward. The effect of context on the structure of categories. Cognitive Psychology, 15, pp. 346-378. 1983.
SALOMÃO, Maria Margarida. Teorias da linguagem: a perspectiva sociocognitiva. In Miranda, Neusa Salim & Salomão, Maria Margarida. Construções do Português do Brasil: da gramática ao discurso. Belo Horizonte: Editora da UFMG, pp. 20-32. 2009.
______. Razão, realismo e verdade: o que nos ensina o estudo sócio-cognitivo da referência. In: KOCH, I. G. V., MORATO, E. M. e BENTES, A. C. (Orgs.). Referenciação e Discurso. São Paulo: Contexto, 2005.
________. A questão da construção do sentido e a revisão da agenda dos estudos da linguagem. Veredas. Vol.3, No.1, Jan/Jun, 1999.
SANDIG, Barbara. O texto como conceito prototípico. In: WIESER, H. R.,KOCH, I. G. V. (Orgs.) Linguística Textual: perspectivas alemãs. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2009. 47-72.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos. São Paulo: Cortez Editora. 2013.
SEMINO, Elena. Metaphor in discourse. New York: Cambridge University Press. 2008.
SWATOWISKI, Cláudia. Texto e contextos da fé: o discurso mediado de Edir Macedo. Religião e sociedade. 27 (1). Rio de Janeiro, pp. 114 – 131. 2007.
TANNEN, Debora. What is in a frame. in TANNEN, Debora. Framing in discourse. New York: OUP, pp 14-56.1993.
TOMASELLO, Michael. Cultural origins of human cognition. Massachussets: Harvard University Press. 1999.
VEREZA, Solange. Metáfora e argumentação: uma perspectiva discursiva. Linguagem em (dis)curso. 7 (3), pp. 487-506. 2007.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2017 Erik Miletta Martins

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Authors who publish with Revista Investigações agree to the following terms:
Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0) license that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
You are free to:
Share — copy and redistribute the material in any medium or format for any purpose, even commercially.
Adapt — remix, transform, and build upon the material for any purpose, even commercially.
The licensor cannot revoke these freedoms as long as you follow the license terms.
Under the following terms:
Attribution — You must give appropriate credit , provide a link to the license, and indicate if changes were made . You may do so in any reasonable manner, but not in any way that suggests the licensor endorses you or your use.
No additional restrictions — You may not apply legal terms or technological measures that legally restrict others from doing anything the license permits.