Solidariedade no contexto laboral: práticas de numeramento como táticas de resistência de estudantes camponeses da EJA
Palavras-chave:
solidariedade, práticas de numeramento, educação de jovens e adultos, educação do campo, etnomatemática, táticas, solidarityResumo
Neste artigo, refletimos sobre a solidariedade flagrada em práticas de numeramento no contexto laboral, compreendida como tática de resistência à ação desumanizadora imposta pelos modos de produção. Para subsidiar essa reflexão, valemo-nos de material empírico produzido numa investigação realizada com estudantes da Educação de Pessoas Jovens e Adultas (EJA), com idade compreendida entre 16 e 55 anos, moradores de uma região campesina pernambucana – o Juá, e que trabalham nas facções de produção de roupas em jeans. Na fundamentação teórica, buscamos colocar em diálogo diversos campos: o da EJA e o dos estudos sobre numeramento; o das teorizações de Paulo Freire e o da formação experiencial; o da Educação do Campo e o da Etnomatemática. A metodologia adotada referenciou-se num marco etnográfico orientador dos procedimentos de trabalho de campo e da análise do material empírico. Nessa análise, procura-se compreender as práticas de numeramento como práticas discursivas, conformando-se no modo como são delineadas práticas laborais, escolares e cotidianas, das quais trabalhadores-estudantes participam ou que são por elas e eles narradas, e às quais se atribui valor social e tático, como modo de pensar e viver o trabalho, a apropriação do conhecimento e as relações sociais.
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