A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA MIRA DO CAPITALISMO NEOLIBERAL: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE A BNCC E O TRABALHO DOCENTE
DOI:
https://doi.org/10.51359/2594-9616.2020.247707Palavras-chave:
Educação, Capitalismo, Trabalho, Base Nacional Comum Curricular, Trabalho docente.Resumo
Realizaremos uma breve análise teórica sobre o mundo do trabalho e a sua relação com as políticas capitalistas neoliberais que vêm tomando conta da nossa sociedade nas últimas décadas e que possuem fortes impactos na educação. Objetivamos entender o modo como essas relações afetam o campo educacional e a forma como a precarização e a desvalorização docente estão a favor do capitalismo. Discorreremos sobre os principais significados do trabalho e o modo como o sistema capitalista se apropria dele. Será possível criarmos um elo com o campo educacional brasileiro, que será discutido a partir da instauração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que está a serviço da etapa neoliberal do capitalismo, algo comprovado a partir da utilização de expressões e ideias que são próprias do mundo empresarial, algo que não nos surpreende, visto que, principalmente a partir da década de 1990, os currículos implantados em nosso país foram elaborados com o intuito de atender aos anseios do Banco Mundial e de outros órgãos internacionais. Ao final, concluímos que o trabalho docente e o campo educacional estão, infelizmente, sendo forçados a se curvar perante o capitalismo, e para que possamos contornar tal situação, precisamos redefinir a nossa identidade enquanto professores.Referências
ALVES, José. As revoltas dos trabalhadores em Jirau (RO): Degradação do trabalho represada na produção de energia elétrica na Amazônia. 2014. 671 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente (SP).
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: Ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2. Ed. São Paulo: Boitempo, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2018. 600 p. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: jan. 2020.
ESTEVE, J. M. Mudanças sociais e função docente. In: NÓVOA, A. (Org.). Profissão professor. Porto: Porto, 1995. p. 93-124.
FONSECA, Bruno. “Tudo no Chile é mercadoria, até a água”, explica historiador. Agência de Jornalismo Investigativo Pública, São Paulo, 25 de outubro de 2019. Disponível em: https://apublica.org/2019/10/tudo-no-chile-e-mercadoria-ate-a-agua-explica-historiador/. Acesso em: jan. 2020.
GIROTTO, Eduardo Donizeti. Dos PCNS a BNCC: O ensino de geografia sob o domínio neoliberal. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 30, p. 419-439, 2017.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
LEFEBVRE, Henri. A re-produção das relações de produção. Porto: Escorpião, 1973.
LOPES, Claudivan Sanches. O professor de Geografia e os saberes profissionais: O processo formativo e o desenvolvimento da profissionalidade. 2010. 258 f. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade de São Paulo, São Paulo (SP). Orientadora: Dr.ª Nídia Nacib Pontuschka.
MAIS uma sexta-feira de protestos no Chile. O Estado de Minas. Belo Horizonte, 10 de janeiro, 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/01/10/interna_internacional,1113653/mais-uma-sexta-feira-de-protestos-no-chile.shtml. Acesso em: jan. 2020.
MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão et al. A Base Nacional Comum Curricular: um novo episódio de esvaziamento da escola no Brasil. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 9, n. 1, p. 107-121, abr. 2017.
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política – livro I. Tradução SANT’ANNA, Reginaldo. 27 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 211 – 231.
MARTINS, A. S. A educação básica no século XXI: o projeto do organismo “Todos pela Educação”. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.4, n.1, p.21-28, jan./jun. 2009.
MOREIRA, Ruy. A geografia do espaço-mundo: Conflitos e superações no espaço do capital. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2016.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. São Paulo: Boitempo, 2005.
PRIEB, Sérgio A. M.; CARCANHOLO, Reinaldo A. O Trabalho em Marx. In: CARCANHOLO, Reinaldo A. (org). Capital: Essência e aparência. Vol. 1. São Paulo: Expressão Popular, 2011. p. 147 – 161.
PEREIRA, Júlio Emílio Diniz. As licenciaturas e as novas políticas educacionais para a formação docente. Educação & Sociedade, ano XX, nº 68, p. 109-125, dez. 1999.
SANTANA, Aurelane Alves. Educação sob o capitalismo e precarização do trabalho docente: Contexto e condições do ensino e da formação em geografia. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 8, n. 15, p. 134-144, jul./dez. 2017.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica, Razão e Emoção. 3ª Edição. São Paulo: Edusp (Editora da USP), 2003.
VOLTA às aulas: Educação financeira agora é disciplina obrigatória no Brasil. Rede Jornal Contábil. 24 janeiro 2020. Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/volta-as-aulas-educacao-financeira-agora-e-disciplina-obrigatoria-no-brasil/. Acesso em jan. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantêm os direitos autorais e concedem à REVISTA ENSINO DE GEOGRAFIA (RECIFE) da Universidade Federal de Pernambuco o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY -
. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
d) Os conteúdos da REVISTA ENSINO DE GEOGRAFIA (RECIFE) estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY -
. Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
No caso de material com direitos autorais a ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto; um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não da REVISTA ENSINO DE GEOGRAFIA (RECIFE) ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar.
