Do tradicionalismo à possibilidade de subversão: diálogos (im)possíveis entre Geografia e gênero
DOI:
https://doi.org/10.51359/2594-9616.2019.240867Palabras clave:
ensino, gênero, educação geográficaResumen
Definir o espaço-escola é difícil. Todas as suas espacialidades atribuem-lhe um caráter contraditório, tanto quanto os atributos que caracterizam o espaço geográfico. Neste trabalho, acatando às múltiplas facetas que a escola apresenta, concebemo-la enquanto um reflexo ativo (produto e produtor) da sociedade. Indissociável a esta realidade, o ensino de geografia se (re)configura no espaço-tempo de acordo com os ordenamentos sociais vigentes. Na contemporaneidade, o ensino de geografia se vê marcado pela emergência de debater temáticas arredadas por um passado não tão distante. Tomando como objetivo refletir aceca dos estorvos a que a educação geográfica construíra espacialmente ao longo dos anos, o presente trabalho faz um recorte a fim de compreender as (im)possibilidades de dialogar com as tão polêmicas questões de gênero. A problemática se configura à medida em que desvelamos que o ensino atual está arraigado às amarras de seu tradicionalismo. Espera-se, aqui, contribuir com a (auto)crítica necessária à dimensão concreta da educação geográfica, a fim de (des)construir e analisar a viabilidade de novos itinerários.
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