Centro Acadêmico do Agreste/UFPE: tecendo fios autobiográficos no chão dessa interiorização

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DOI:

https://doi.org/10.51359/2675-7354.2021.251376

Schlagworte:

percurso formativo, autobiografia, identidade, profissionalidade

Abstract

Nosso objetivo, neste ensaio, foi realizar um resgate autobiográfico da trajetória educativa cujos estudos e reflexões teóricas, vivenciados no Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea (PPGEduC), do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foram inspiradores. Buscamos demonstrar que esse percurso formativo é imbricado com a UFPE e possibilita a condição de sermos sujeitos autônomos e críticos. Precisamos pontuar que o primeiro campus de interiorização da UFPE, o Centro Acadêmico do Agreste, é palco de transformações sociais, econômicas e culturais de Caruaru, de cidades circunvizinhas e da sua população. A UFPE foi o campo de formação no mestrado e, agora, também no doutorado, bem como o lugar de atuação profissional como pedagoga de uma das autoras. Na história da instituição, encontramos os fios que se mesclam à nossa e vamos tecendo os fios que constituem nossa identidade e profissionalidade. Nesse percurso reflexivo, buscamos aporte teórico em Cunha (2017), Gonçalves (2017), Nóvoa (2007), Roldão (2005), Scartezini (2017), Tardif (2002) entre outros. Este trabalho, de abordagem qualitativa, evidencia que, no percurso formativo, as dimensões pessoal e profissional estão imbricadas num processo de influência mútua na apropriação de saberes e fazeres próprios do exercício profissional. Além disso, também demonstra que a profissionalização fortalece os projetos coletivos mediante a reflexão sistemática da ação profissional. Assim, falar dessa imbricação pessoal e profissional com a UFPE/CAA é falar da importância desta universidade em termos geopolíticos e pessoais, dando novos significados à vida.

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Veröffentlicht

2021-12-14

Zitationsvorschlag

Silva, N. M., & Cunha, K. S. (2021). Centro Acadêmico do Agreste/UFPE: tecendo fios autobiográficos no chão dessa interiorização. Estudos Universitários, 38(2), 49–78. https://doi.org/10.51359/2675-7354.2021.251376