Dinâmica demográfica e produção do espaço na fronteira (re)dimensionada do agronegócio mato-grossense
DOI:
https://doi.org/10.51359/2675-7354.2023.261676Palavras-chave:
fronteira (re)direcionada do agronegócio, espaços vazios, urbanizaçãoResumo
Nas últimas décadas, o estado de Mato Grosso vem ocupando um lugar de destaque no cenário econômico nacional devido à expansão da agropecuária empresarial, também conhecida como agronegócio, que tem impactos no processo de urbanização do território, tanto pelo surgimento de núcleos urbanos quanto pela nova dinâmica demográfica e econômica estabelecida nele. Esse processo teve início na década de 1970, com a efetiva incorporação do território mato-grossense às teias do capitalismo mundializado, por meio da expansão da fronteira agrícola. Esse movimento tem se (re)produzido no século XXI rumo ao bioma Cerrado, a “savana brasileira”, com a ampliação de uma produção agropecuária modernizada e altamente capitalizada, voltada para atender à lógica de um mercado globalizado. Nesse espaço, o crescimento das cidades faz parte da estratégia política de “ocupar vazios” do território, até então não inseridos nas forças produtivas. Nessa nova espacialidade, a fronteira agrícola desponta com seus territórios determinados pelas relações de poder, em que a dimensão estratégica do espaço urbano constitui o meio para atender à racionalidade produtiva do campo. Assim, este artigo tem como objetivo refletir sobre a relevância da dinâmica demográfica na formação e ocupação dos “espaços vazios” do Mato Grosso e sobre como esse evento contribui para o processo de urbanização no/do território.
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