A Revolução dos Bichos: Papel das Fontes de Poder em Situações de Conflito
DOI:
https://doi.org/10.21714/1679-18272019v17n2.p120-136Palabras clave:
Poder, Conflito, Estudo observacional, Narrativa fílmica, Revolução dos BichosResumen
Situando-se dentro da abordagem foucaultiana de poder e tendo em vista avançar no exame das relações de poder em um sistema social, este estudo tem como objetivo analisar o impacto das principais fontes de poder em situações de conflito. Para tanto, optou-se pela utilização de uma abordagem qualitativa, fundamentada na técnica de estudo observacional em linguagem fílmica, tendo como fonte de dados narrativos o filme A Revolução dos Bichos. Dentre as fontes de poder apresentadas, destacou-se o papel dos símbolos de poder como elementos ratificadores e fortalecedores das relações de poder estabelecidas, sendo utilizados, desse modo, por humanos e animais. Além do papel dos símbolos, foram também considerados como fontes de relações de poder a autoridade formal, o controle do conhecimento e da informação, a habilidade de lidar com incertezas, controle da tecnologia, controle das contra-organizações e o poder que já se tem, tendo em vista que podem ser fortemente observados no filme analisado.
Citas
AGUIAR, S. Redes sociais na internet: desafios à pesquisa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30, 2007. Anais... Santos, SP: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2007.
ANIMAL FARM. Direção: John Stephenson. Produção: Greg Smith e Robert Halmi. Intérpretes: Kelsey Grammer; Ian Holm; Julia Louis-Dreyfus; Patrick Stewart; Julia Ormond; Paul Scofield; Pete Postlethwaite; Peter Ustinov. Roteiro: Alan Janes, Martyn Burke e George Orwell. Música: Richard Harvey. Reino Unido: Hallmark Films. 1 DVD (91 min). color., legendado.
ARENDT, H. On violence. New York: Hancourt, 1970.
BACCEGA, M. A. Conhecimento, informação e tecnologia. Comunicação & Educação, v. 4, n. 11, p. 7-16, 1998.
BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.
BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
BASTOS, A. V. B.; COSTA, P. R. Os vínculos do trabalhador com a organização e o sindicato: padrões de comprometimento e valores relativos ao trabalho. Organizações & Sociedade, v. 5, n. 13, p. 87-105, 1998.
BOFF, L. H.; ABEL, M. Autodesenvolvimento e competências: o caso do trabalhador de conhecimento como especialista. In: RUAS, R.; ANTONELLO, C. S.; BOFF, L. H. Aprendizagem organizacional e competências. Porto Alegre: Bookman, 2005.
BOUDON, R. Tratado de sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
BOURDIEU, P. Language and symbolic power. Cambridge: Harvard University Press, 1991
BURSZTYN, M. O poder dos donos: planejamento e clientelismo no nordeste. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
CAPPELLE, M. C. A.; MELO, M. D.; BRITO, M. J. M.; BRITO, M. D. Uma análise da dinâmica do poder e das relações de gênero no espaço organizacional. RAE eletrônica, v. 3, n. 2, p. 1-17, 2004.
CARBONE, P. P. Fenômenos ligados ao autoritarismo organizacional: a visão crítica de guerreiro ramos sobre organização autocrática. Revista de Administração Pública, v. 25, n. 3, p. 85-100, 1991.
CHANDLER, A. D. Strategy and structure: chapters in the history of the industrial enterprise. Cambridge,MA: M.I.T. Press, 1962.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
CLEGG, S. R. Tecnologia, instrumentalidade e poder nas organizações. Revista de Administração de Empresas, v. 32, n. 5, p. 68-95, 1992.
COHEN, A. Antropología política: El análisis del simbolismo en las relaciones de poder. In: LLOBERA, J. R. (Org.). Antropología política. Barcelona: Anagrama, 1979.
CROCHIK, J. L. Os desafios atuais do estudo da subjetividade na Psicologia. Psicol. USP, v. 9, n. 2, p. 69-85, 1998.
DEL CASTILLO, A. M. Simbolismo y poder: un estudio antropológico sobre compadrazgo y priostazgo en una comunidad andina. Barcelona: Anthropos, 1989.
DELEUZE, G. A imagem-tempo. São Paulo: Braziliense, 2005.
FABIAN, J. A prática etnográfica como compartilhamento do tempo e como objetivação. Mana, v. 12, n. 2, p. 503-520, 2006.
FALCINI, P. Organizações como configurações naturais do poder. Revista de Administração de Empresas, v. 33, n. 1, p. 6-15, 1993.
FEENBERG, A. Racionalização subversiva: tecnologia, poder e democracia. In: NEDER, R. T. (Org.). A teoria crítica de Andrew Feenberg: racionalização democrática, poder e tecnologia. Brasília: Observatório do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina / CDS / UnB / Capes, 2010.
FIGUEIREDO, P. N. Gestão da inovação: conceitos, métricas e experiências de empresas no Brasil. Rio deJaneiro: LTC, 2009.
FONTENELLE, I. A. Construção e desconstrução de fronteiras e identidades organizacionais: história e desafios do McDonald’s. Revista de Administração de Empresas, v. 47, n. 1, p. 60-70, 2007.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: a Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1976.
FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Editora Vozes, 1975.
FREEMAN, C. Introduction. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. L. (Eds.). Technical change and economic theory. London: Pinter Publishers, 1988.
GIFFIN, K. Gender violence, sexuality and health. Cadernos de Saúde Pública, v. 10, n. 1, p. 146-155, 1994.
GONTIJO, A. C.; MAIA, C. S. C. Tomada de decisão, do modelo racional ao comportamental: uma síntese teórica. Cadernos de Pesquisa em Administração, v. 11, n. 4, p. 13-30, 2004.
GUTIERREZ, G. L. Gestão comunicativa: maximizando criatividade e racionalidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
HINDE, R. A. Relationships: a dialectical perspective. Hove, UK: Psychology Press, 1997.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Editora, 2008. (Publicado originalmente em 1651).
JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas. In: JUNG, C. G. (Org.). O homem e os seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008
KANTER, R. M. Men and women of the corporation. New York: Basic Books, 1977.
KEYNES, J. M. The general theory and after: defence and development. London: MacMillan, 1973.
LEMENHE, M. A. Família, tradição e poder: o (caso) dos coronéis. São Paulo: Annablume, 1996.
LIMONCIC, F. Do pacto nacional à globalização: Estado e sindicato na regulação do capitalismo norte-americano. Revista de História Regional, v. 4, n. 1, p.129-146, 1999.
LOIOLA, E.; BASTOS, A. V. B.; QUEIROZ, N.; SILVA, T. D. Dimensões básicas de análise das organizações. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. (Orgs.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2009.
LOMBARDI, M. F. S.; BRITO, E. P. Z. Incerteza subjetiva no processo de decisão estratégica: uma proposta de mensuração. Revista de Administração Contemporânea, v. 14, n. 6, p. 990-1010, 2010.
MACEDO, T. M. B. Redes informais nas organizações: a co-gestão do conhecimento. Ciência da Informação, v. 28, n. 1, p. 94-100, 1999.
MACHADO, D.; MATOS, F. R. N. (Orgs.). Estudos observacionais em linguagem fílmica. Curitiba: EditoraCRV, 2012.
MACHADO, D.; MATOS, F. R. N.; MESQUITA, R. F. O poder da linguagem fílmica. In: MATOS, F. R. N.; MESQUITA, R. F.; MACHADO, D. (Orgs.). Estudos observacionais em linguagem fílmica: ética e poder. Curitiba: Editora Prismas, 2017.
MARX, K. O Capital: Crítica da economia política. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013. (Publicado originalmente em 1867).
MEYER, D. E. Teorias e políticas de gênero: fragmentos históricos e desafios atuais. Rev. Bras. Enferm., v. 57, n. 1, p. 13-18, 2004.
MINTZBERG, H. The organization as political arena. Journal of Management Studies, v. 22, p. 133-154, 1985.
MOORE, H. Fantasias de poder e fantasias de identidade: gênero, raça e violência. Cadernos Pagu, v. 14, p. 13- 44, 2000.
MORGAN, G. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 2009.
NIETZSCHE, F. W. Aurora: Reflexões Sobre os Preconceitos Morais. Petrópolis: Editora Vozes, 2008. (Publicado originalmente em 1881).
OLIVARES, J. E. F. Negociação para configurar o desenho da estrutura organizacional em rede. Caderno de Pesquisas em Administração, v. 9, n. 3, p. 13-26, 2002.
ORLANDI, E. P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 9. ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2010. ORWELL, G. A revolução dos bichos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
PENROSE, E. T. The theory of the growth of the firm. New York: Wiley, 1959.
PFEFFER, J. Power in organizations. Cambridge, MA: Bellinger Publishing, 1981.
PFEFFER, J.; MOORE, W. L. Power in university budgeting: a replication and extension. Administrative Science Quarterly, v. 25, n. 4, p. 637-653, 1980.
PFEFFER, J.; SALANCIK, G. R. Organizational decision making as a political process: the case of a university budget. Administrative Science Quarterly, v. 19, n. 2, p. 135-151, 1974.
PRATES, A. A. P. Sindicato: organização e interesses na sociedade capitalista avançada. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 1, n. 2, 1996.
PROENÇA, R. P. C. Aspectos organizacionais e inovação tecnológica em processos de transferência de tecnologia: uma abordagem antropotecnológica no setor de alimentação coletiva. 1996. Tese (Doutorando em Engenharia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1996.
QUINELLO, R. A teoria institucional aplicada à administração: entenda como o mundo invisível impacta na gestão dos negócios. São Paulo: Novatec Editora, 2007.
REGO, F. G. T. Cultura, Poder, Comunicação e Imagem. São Paulo: Cengage Learning, 1992.
REIS, E. P. Opressão burocrática: o ponto de vista do cidadão. Revista Estudos Históricos, v. 3, n. 6, p. 161-179, 1990.
SÁ, M. G. O poder, a política e os bichos de Orwell: um ensaio sobre a revolução dos bichos. Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v. 1, n. 2, p. 69-71, 2003.
SÁ, M. G.; SOARES, G. J. V. Reflexões sobre poder e controle nas Organizações da Economia Solidária (OES): um olhar à luz dos bichos de Orwell. Cadernos EBAPE.BR, v. 3, n. 2, p. 1-13, 2005.
SACOMANO NETO, M.; ESCRIVÃO FILHO, E. Estrutura organizacional e equipes de trabalho: estudo da mudança organizacional em quatro grandes empresas industriais. Gestão & Produção, v. 7, n. 2, p. 136-145, 2000.
SIMON, H. A. A behavioral model of rational choice. Quarterly Journal of Economics, v. 69, p. 99-188, 1955.
SOLINO, A. S.; EL-AOUAR, W. A.O processo de tomada de decisões estratégicas: entre a intuição e a racionalidade. Cadernos de Pesquisa em Administração, v. 8, n. 3, p. 15-26, 2001.
SPERBER, D. El simbolismo en general. Barcelona: Anthropos, 1978.
STEIL, A. V. Organizações, gênero e posição hierárquica: compreendendo o fenômeno do teto de vidro. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 32, n. 3, p. 62-69, 1997.
TARAPANOFF, K. Informação, conhecimento e inteligência em corporações: relações e complementaridade. In: TARAPANOFF, K. (Org.). Inteligência, informação e conhecimento em corporações. Brasília, DF: IBICT, UNESCO, 2006.
TOFFLER, A. Powershift: knowledge, wealth, and violence in the 21st century. New York: Bantam Books, 1990.
TOFFLER, A. The third wave. New York: Bantam Books, 1980.
VASCONCELLOS, E.; HEMSLEY, J. R. Estrutura das organizações: estruturadas tradicionais, estruturas para inovação, estrutura matricial. 4. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
VASCONCELOS, F. C. Racionalidade, autoridade e burocracia: as bases da definição de um tipo organizacional pós-burocrático. Revista de Administração Pública, v. 38, n. 2, p. 199-220, 2004.
VENTORINI, B.; GARCIA, A. Relacionamento interpessoal: da obra de Robert Hinde à gestão de pessoas.Revista Psicologia, v. 4, n. 2, p. 117-143, 2004.
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília, DF: Editora UnB, 1999. (Publicado originalmente em 1922).
WITT, A. Importância e aproveitamento da organização informal. Revista de Saúde Pública, v. 3, n. 2, p. 203- 212, 1969.
WOOD JR., T. Organizações de simbolismo intensivo. Revista de Administração de Empresas, v. 40, n. 1, p. 20-28, 2000.
YIN, R. K. Case study research: design and methods. 4. ed. Thousand Oaks: Sage, 2009.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 GESTÃO.Org - Revista Eletrônica de Gestão Organizacional - ISSN: 1679-1827

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os trabalhos assinados são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es).
Os direitos, inclusive os de tradução, são reservados.
É permitido citar os trabalhos publicados sem autorização prévia desde que seja identificada a fonte.