Imagens que contam: guerra e memória em Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.34176/icone.v16i2.238032Palavras-chave:
1. Cinema, 2. imagens de guerra, 3. memória, 4. experiência, 5. Moçambique.Resumo
Este artigo se debruça sobre o filme Terra Sonâmbula (Teresa Prata, 2007) para buscar a potencialidade da imagem de guerra, desde sua proveniência à destinação (MONDZAIN, 2017). Nesse sentido, questionamos: o que constitui uma imagem de guerra? Como se configura essa imagem no filme? De que modos tal imagem tangencia e/ou se contrapõe a uma narrativa hegemônica no contexto de conflitos de guerra, evidenciando-se como dimensão importante nos processos de (re)construção da história e da memória individual e coletiva em uma nação independente? A partir dessas indagações, importa pensar a imagem considerando que a sua construção de sentidos se dá por meio do imbricar de domínios – afetivo, político, sociocultural, estético, econômico, tecnológico - e, sobretudo, que envolve processos como o pensamento, a percepção, a memória (BERGSON, 2011), engendrando narrativas que se movem entre a permanência de tradições e mudanças nas práticas sociais para tratar da experiência da guerra.Referências
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