As interfaces Freireanas com as relações étnicos-raciais e EJA
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-7668.2021.251597Palavras-chave:
Educação Popular, EJA, Educação antirracista, Perspectivas, FreireanasResumo
Desde o final dos anos 1950, a Educação Popular (EP) tem sido visibilizada como um paradigma da educação em favor das minorias, apresentando como princípios sua opção em favor da libertação e do empoderamento dos/as vitimados/as do mundo. Este trabalho procura evidenciar a EP a partir da opção pelas questões referentes às relações étnico-raciais e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), intermediadas pelo discurso paulofreireano. Constituída em sua maioria por negros/as, as questões étnico-raciais nem sempre são consideradas na EJA, principalmente no que diz respeito a pensar essa modalidade imbricada a uma educação antirracista. Dessa maneira, o presente artigo trata de um estudo com abordagem qualitativa-bibliográfica e apresenta algumas reflexões da contribuição do pensamento de Paulo Freire para a Educação de Jovens e Adultos e o ensino das relações étnico-raciais. A partir da discussão realizada, percebe-se que, mesmo sem tratar especificamente dos assuntos relacionados à EJA e às questões étnico-raciais, Freire, em suas obras – Pedagogia do Oprimido (1987) e Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa (2011) –, proporciona uma reflexão acerca dessa imbricação em vários aspectos: político, pedagógico e sociocultural. Na busca por uma educação emancipadora e alicerçada no paradigma da Educação Popular, essas duas obras se interconectam e permitem a compreensão de que somente mediados pela palavra, pelo diálogo, pela reflexão e/na ação é que se constrói uma educação emancipadora e, consequentemente, antirracista para todos/as.
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