Bem Viver: Projeto U-tópico e De-colonial
DOI:
https://doi.org/10.33052/inter.v1i1.5007Resumo
O presente artigo trata da concepção andina do “Bem Viver”, tradução das expressões Kechwa “Sumak Kawsay” e Aymara “Suma Qamaña”. Partindo dos sinais da atual crise civilizatória e ambiental provocada pelo capitalismo e seu suporte ideológico calcado no individualismo e no racionalismo, questiona-se a pretensa relação do “Bem Viver” com conceitos moderno-ocidentais como “desenvolvimento humano” e “qualidade de vida”, e defende-se o termo como expressão de uma utopia andina baseada numa cosmologia e filosofia próprias, e nos processos de resistência indígena à colonialidade do poder.
Referências
AFN. Suicídio: pesquisadores comentam relatório da OMS, que apontou altos índices no mundo. Agência Fiocruz de Notícias. Rio de Janeiro, 12.Set.2014.Disponível em: < http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/suicidio-brasil-e-8o-pais-das-americas-com-maiorindice >. Acesso: 18.Jul.2015. ALBÓ, Xavier;
GALINDO, Fernando. Del desarrollo rural al desarrollo buen vivir. In: Seminario Internacional "Desarrollo Rural y Economía Campesina Indígena", 2011, La Paz, Memoria del..., La Paz: CIPCA, 2011, p. 77-82.
ALMEIDA, Alfredo Wagner B. de. Agroestratégias e Desterritorialização: os direitos territoriais e étnicos na mira dos estrategistas dos agronegócios. In: ALMEIDA, Alfredo W. B. de; CARVALHO, Gustavo (Orgs.). O Plano IIRSA na visão da Sociedade Civil Pan-Amazônica. Belém: FASE: UFPA, 2009.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Eds.). El Giro Decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.
CLAVERO, Bartolomé. Estado Plurinacional: Aproximação a um Novo Paradigma Constitucional Americano. In: BALDI, Cesar Augusto (Coord.) Aprender desde o Sul: Novas constitucionalidades, Pluralismo Jurídico e Plurinacionalidade. Aprendendo desde o Sul. Belo Horizonte: Fórum, 2015. pp.111-131.
DÁVALOS, Pablo. Comentário: El Sumak Kawsay (Buen Vivir) y la crítica a la teoría económica como ideología. Polémika. Revista Cuatrimestral del Instituto de Economía de la Universidad San Francisco. 2011 Quito, Junio 2011.
DÁVALOS, Pablo. El “Sumak Kawsay” o el “Buen vivir” y las cesuras del desarrollo. Alai, América Latina en Movimiento. Quito, 06.May.2008. Disponível em: < http://www.alainet.org/es/active/23920 >. Acesso: 23 Jun.2015.
DELLOITE (s/d). O que é? Disponível em: . Acesso: 07.jul.2015.
ESTERMAN, Joseph. Filosofía Andina, Estudio intercultural de la sabiduría autóctona andina. Quito: Abya Yala, 1989. Bem Viver: Projeto U-tópico e De-colonial 21 Interritórios
ESTERMAN, Joseph. Filosofía Andina. Sabiduría indígena para un mundo nuevo. 2 ed., La Paz: ISEAT, 2006.
FERNÁNDEZ, Carolina Ortiz. Felipe Guaman Poma de Ayala, Clorinda Matto de Turner, Trinidad Henríquez y la teoría crítica – sus legados a la teoría social contemporánea. Yuyaykusun. Revista del Departamento Académico de Humanidades de la Universidad Ricardo Palma. Lima, Perú. Época II, nº 2, Dic.2009, 263-284.
FRANCISCO, Papa. Laudato Si’. Carta Encíclica do Santo Padre Francisco sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulus Editora; Edições Loyola, 2015.
FUKUYAMA, Francis. The End of History and the Last Man. New York: The Free Press, 1992.
HIDALGO-CAPITÁN, Antonio Luis; CUBILLO-GUEVARA, Ana Patrícia (2014). Seis debates abiertos sobre el Sumak Kawsay. Íconos, Revista de Ciencias Sociales n.º 48, Quito, Enero.2014, p. 25-40.
IPCC. Climate Change 2014. Synthesis Report. Disponível em: . Acesso: 15.Ago.2015. IPCC Cambio Climático 2014. Impactos, adaptación y vulnerabilidad. Resumen para responsables de políticas. Disponível em: Acesso: 15.Ago.2015.
LACERDA, Rosane Freire “Volveré, y Seré Millones”: Contribuições Descoloniais dos Movimentos Indígenas Latino Americanos para a Superação do Mito do Estado-Nação. 2 v. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
LANDER, Edgardo. Hacia otra noción de riqueza. In: ACOSTA, Alberto; MARTÍNEZ, Esperanza (Comp.). El Buen Vivir: Una vía para el Desarrollo. Quito: Ediciones AbyaYala, 2009; pp.31-37.
LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. Disponivel em: < http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/>. Acesso: Jun. 2012.
LUCENA, Rodolfo; VERSOLATO, Mariana. Depressão já é a doença mais incapacitante, afirma OMS. Folha de São Paulo. São Paulo – SP, 17.Dez.2014. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/ 2014/12/1563458- depressao-ja-e-a-doenca-mais-incapacitante-afirma-a-oms.shtml >. Acesso: 17.Ago.2015.
MIGNOLO, Walter. Historias Locales, Diseños Globales: Colonialidad, Conocimientos Subalternos y Pensamiento Fronterizo. Madrid: Akal, 2003.
MIGNOLO, Walter. Epistemic disobedience: the de-colonial option and the meaning of identity in politics. Gragoatá. Publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense, n.º 22 (jan./jun. 2007). Niterói: EdUFF, 2007. Bem Viver: Projeto U-tópico e De-colonial 22 Interritórios | Revista de Educação Universidade Federal de Pernambuco Caruaru, BRASIL | V.1 | N.1 [2015]
MIGNOLO, Walter. La opción de-colonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto y un caso. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, n.º 8: 243-281, enero-junio 2008.
NACIONES UNIDAS. Agua, cambio climático y desastres. Nota de la Secretaría para el 64.º período de sesiones del programa Desarrollo sostenible. Disponível em: . Acesso: 05.Ago.2015.
NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. Bem-Estar, Bem-Estar Social ou Qualidade de Vida: a Reconstrução de um Conceito. Semina: Ciências Humanas e Sociais, Londrina, v.23, p.107-122, set. 2002.
NUSSBAUN, Martha; SEN, Amartya. The quality of life. Oxford: Clarendon Press, 1993. OMS (2014). Preventing Suicide, a global imperative. Disponível em: < http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779eng.pdf?ua=1&ua=1 >. Acesso 17.Jul.2015. OMS; UNICEF (2014). Progresos en materia de agua potable y saneamiento: informe de actualización 2014. Disponível em: . Acesso: 05.Ago.2015.
PNUD (s/d). Desenvolvimento Humano e IDH. A abordagem de desenvolvimento humano olha para as oportunidades e capacidades das pessoas. Disponível em: < http://www.pnud.org.br/IDH/RDH.aspx? indiceAccordion=0&li=li_RDH >. Acesso: 07.Jul.2015.
QUIJANO, Aníbal . “Bien Vivir”: Entre el “desarrollo” y la des/colonialidad del poder. In: QUIJANO, Aníbal. Cuestiones y Horizontes. De la Dependencia HistóricoEstructural a la Colonialidad/ Descolonialidad del Poder. Buenos Aires: Clacso, 2014, pp.847-859.
QUIJANO Aníbal Colonialidad y modernidad-racionalidad. In: PALERMO, Zulma; QUINTERO, Pablo (compiladores). Aníbal Quijano. Textos de Fundación. Buenos Aires: Ediciones del Signo, 2014; pp.60-70.
SAO PAULO TIMES (2015). Estresse no trabalho e problemas financeiros afetam a saude do sono
dos brasileiros. Sao Paulo, marco de 2015. Disponivel em: http://www.saopaulotimes.com.br/
sp/estresse-no-trabalho-e-problemas-financeiros-afetam-a-saude-do-sono-dos-brasileiros/ >.
Acesso: 02.Ago.2015
SANTAMARÍA, Ramiro Ávila (2015). La Utopia Andina. In: BALDI, Cesar Augusto (Coord.) Aprender desde o Sul: Novas constitucionalidades, Pluralismo Jurídico e Plurinacionalidade. Aprendendo desde o Sul. Belo Horizonte: Fórum, 2015. pp.141-178.
SEGATO, Rita Laura (2012). Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-cadernos CES [Online], 18, 2012: 106- 131. Disponível em: . Acesso: 05.Jul.2015. Bem Viver: Projeto U-tópico e De-colonial 23 Interritórios | Revista de Educação Universidade Federal de Pernambuco Caruaru, BRASIL | V.1 | N.1 [2015]
SEGATO, Rita Laura (2012). Genero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulario
estrategico descolonial. E-cadernos CES [Online], 18, 2012: 106-131. Disponivel em:
eces.revues.org/1533 >. Acesso: 05.Jul.2015.
SUESS, Paulo (2010). Viver Bem – Sumak Kawsay – Reino de Deus. Disponivel em: < http://www.
missiologia.org.br/cms/UserFiles/cms_artigos _pdf_83.pdf >. Acesso: 15.Abr.2013.
TEIXEIRA, Marcos (2015). La leyenda negra de Monsanto: .Esta detras de los suicidios de agricultores
en la India? Miercoles, 27 de mayo del 2015. Disponivel em: < http://noticias.lainformacion.
com/mundo/la-leyenda-negra-de-monsanto-esta-detras-de-los-suicidios-de-agricultores-
en-la-india_7RCvsG BFnDxSvckOQGLN46/ >. Acesso: 18.Jun.2015.
TORTOSA, Jose Maria (2011). Maldesarrollo y Mal Vivir. Pobreza y Violencia a Escala Mundial. Quito:
Ediciones Abya Yala, 2011.
WWAP (2015a). Relatorio Mundial das Nacoes Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hidricos.
Agua para um Mundo Sustentavel. Sumario executivo. Disponivel em: < http://www.unesco.
org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/SC/ images/WWDR2015ExecutiveSummary_POR_web.
pdf >. Acesso: 03.Jul.2015.
WWAP (2015b). Agua Para un Mundo Sostenible. Datos y Cifras. Disponivel em:
unesco.org/images/0023/002322/232272por.pdf >. Acesso: 17.Jul.20115
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommons Atribuição 4.0
Internacional (texto da Licença:https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).