A transformação das “florestas” plantadas em ativos financeiros e as timber investiment management organizations (TIMOs) no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2675-3472.2023.258929

Palavras-chave:

financeirização, ativos Florestais, TIMOs.

Resumo

Esse estudo tem por objetivo investigar a relação entre a financeirização da agricultura e a questão agrária, por meio do estudo da atuação das TIMOs (Timberland Investment Managemant Organizations), organizações especializadas na administração de terras voltadas para a silvicultura, que aplicam recursos captados no mercado financeiro. Diversos autores, como Fairbairn (2014), apontam que as terras agrícolas vêm sendo transformadas em uma classe própria de ativos financeiros, consequência de uma maior financeirização da economia como um todo. A cooptação do capital financeiro voltado para a compra de terras se dá através de diversos mecanismos e instrumentos, aqui expostos. Os dados referentes as TIMOs foram levantados por meio de relatórios anuais e portfólios disponíveis em seus sites ou em sites especializados no setor florestal ou em assuntos econômicos. O que acompanhamos, no contexto da pesquisa, é uma crescente financeirização da natureza, tendência que se aprofunda com suporte de organizações como as TIMOs, que aproximam o investidor institucional do mercado de terras e de ativos “florestais”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Lopes da Silva, Universidade de Saão Paulo

Graduação em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp - Rio Claro). Mestrado em andamento no Programa de Pós Graduação em Geografia Humana, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), com a pesquisa intitulada "Capital Financeiro e Agricultura: A Influência Dos Investimentos Em ‘Florestas’ Plantadas No Território Brasileiro", sob orientação da Profa. Dra. Marta Inez Medeiros Marques.

Referências

ARRIGHI, Giovanni. The long twentieth century: Money, power, and the origins of our times. verso, 1994.

ASHWOOD, Loka et al. What owns the land: The corporate organization of farmland investment. The Journal of Peasant Studies, v. 49, n. 2, p. 233-262, 2022.

BICALHO, Bruna. A TERRA COMO ATIVO FINANCEIRO: MECANISMOS, PRÁTICAS E INSTRUMENTOS. Revista Tamoios, v. 18, n. 1, 2022.

BINKLEY, Clark S.; STEWART, Fiona; POWER, Samantha. Pension Fund Investment in Forestry. 2020.

BLISS, John C. et al. Disintegration of the US industrial forest estate: Dynamics, trajectories, and questions. Small-Scale Forestry, v. 9, n. 1, p. 53-66, 2010.

CUBBAGE, Frederick et al. Global timber investments, 2005 to 2017. Forest Policy and Economics, v. 112, p. 102082, 2020.

FAIRBAIRN, Madeleine. ‘Like gold with yield’: Evolving intersections between farmland and finance. The Journal of Peasant Studies, v. 41, n. 5, p. 777-795, 2014.

FOSTER, John Bellamy; MAGDOFF, Fred. The great financial crisis: Causes and consequences. NYU Press, 2009.

FOSTER, John Bellamy. Marx’s ecology: Materialism and nature. NYU Press, 2000.

GUNNOE, Andrew. The political economy of institutional landownership: Neorentier society and the financialization of land. Rural Sociology, v. 79, n. 4, p. 478-504, 2014.

HARVEY, David. Os limites do capital: tradução de Magda Lopes. São Paulo: Boitempo, 2013.

KORHONEN, Jaana; ZHANG, Yijing; TOPPINEN, Anne. Examining timberland ownership and control strategies in the global forest sector. Forest Policy and Economics, v. 70, p. 39-46, 2016.

MARQUES, Marta Inez Medeiros. Considerações sobre a expansão da indústria de papel e celulose no Brasil a partir do caso da Suzano Papel e Celulose. GEOgraphia, v. 17, n. 35, p. 120-147, 2015.

PAULANI, Leda. Acumulação e rentismo: resgatando a teoria da renda de Marx para pensar o capitalismo contemporâneo. Brazilian Journal of Political Economy, v. 36, p. 514-535, 2016.

Downloads

Publicado

2023-08-09

Como Citar

Silva, M. L. da. (2023). A transformação das “florestas” plantadas em ativos financeiros e as timber investiment management organizations (TIMOs) no Brasil. Revista Mutirõ. Folhetim De Geografias Agrárias Do Sul, 4(2), 112–121. https://doi.org/10.51359/2675-3472.2023.258929