Notas sobre os impactos socioeconômicos do agrohidronegócio no perímetro irrigado Senador Nilo Coelho em Petrolina (PE)
DOI :
https://doi.org/10.51359/2675-3472.2025.265926Mots-clés :
agrohidronegócio, Petrolina (PE), questões socioespaciaisRésumé
O Sertão nordestino é frequentemente associado à seca, porém nas margens do São Francisco encontram- se “oásis”, pois as águas do rio são usadas na produção de energia, na agricultura e na pesca. O polo Petrolina-Juazeiro se consolidou como maior exportador de frutas do país, contribuindo significativamente para o desenvolvimento socioeconômico de Pernambuco e da Bahia. Essa área de irrigação, impulsionada por avançadas tecnologias, tornou-se um exemplo de transformação geográfica e econômica em uma região semiárida. Contudo, o modelo de agrohidronegócio, baseado na exploração intensiva de recursos hídricos, ainda enfrenta desafios significativos. A pesquisa, de natureza mista, analisa os impactos socioeconômicos e ambientais da especialização produtiva no Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, em Petrolina (PE). O trabalho discute, a partir de revisão bibliográfica e observações em campo, como as políticas públicas, iniciadas nos anos 1970 com a SUDENE e o BNB, ampliaram a irrigação e atraíram investimentos privados. Ao mesmo tempo em que a modernização ampliou cadeias produtivas, gerando mais empregos e maior acesso a direitos trabalhistas, persistiu a desigualdade. O Vale do São Francisco reflete, portanto, os contrastes do desenvolvimento econômico brasileiro, no qual o progresso técnico se dá em meio aos desafios sociais e ambientais.
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© Naiane Januário da Silva, Isa de Oliveira Rocha 2025

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