Óga pysy da nhandesy Guarani-Nhandéva Dona Tereza na Reserva Indígena de Dourados e Tupã, e o canto, e a dança
DOI:
https://doi.org/10.51359/2675-3472.2024.260112Parole chiave:
casa de reza , reserva indígena de Dourados, Kaiowá e Guarani, tupã, monumentoAbstract
O objetivo que mobiliza este artigo é captar instâncias das casas de reza (óga pysy) Kaiowá e Guarani (respectivamente, Guarani-Kaiowá e Guarani-Nhandéva), aptas a constar num monumento artístico a esses povos originários, a ser elaborado para Lisboa, Portugal. Para tanto, as óga pysy são reflexionadas a partir de duas falas que escutei da nhandesy (rezadora) Guarani-Nhandéva Dona Tereza, quando estive em sua casa de reza, Oga Mitã’i Poty Rory, na Aldeia Bororó, Reserva Indígena de Dourados, ao realizar um trabalho de campo na região de Dourados, estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Com isso, estes escritos podem ser entendidos, a um só tempo, como um relato de campo e um aprofundamento em noções antigas e contemporâneas concernentes às casas de reza Kaiowá e Guarani. Os temas abordados, além de Tupã, do canto e da dança, são os rituais de batismo kunumi pepy e ñemõgarai, as interações coletivas como o jeroky e as rezas em geral, os percursos purificadores e acesso a outros mundos encaminhados em bençãos e ritos, assim como as conversas com divindades e espíritos. Contrapondo-se à mundivisão ocidental, colocam-se, também, relações entre corpo e pureza, e entendimentos sobre Deus e o termo «Mato Grosso». Por fim, além das considerações finais sobre motes a constarem no referido monumento, ressalta-se a importância das dimensões do aguyje e da escuta para essas cosmovisões indígenas, assim como a importância da rezadora para a região e a causa Kaiowá e Guarani.
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Riferimenti bibliografici
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