Variáveis Geográficas para Definir e Classificar Trilhas Técnicas (Geographical variables to define and graduate technical trails)
DOI:
https://doi.org/10.26848/rbgf.v12.1.p268-282Palavras-chave:
trilhas, ambientes naturais, sistema de classificaçãoResumo
R E S U M O
Para fins de manejo de uso de áreas de preservação de ambientes naturais e aplicação nas atividades de montanhismo e caminhada, foi definida neste trabalho uma metodologia baseada em variáveis geográficas para classificar “trilha técnica”, que são caminhos que não podem ser considerados como caminhada, e não se encaixam propriamente nos modelos de escalada (alpinismo). Elas estão presentes em regiões geomorfológicas distintas que incluem morros, montanhas, áreas cársticas, costa rochosa, cânions etc. As trilhas técnicas misturam caminhada com trechos que exigem conhecimento técnico ou prático para transpô-los, com escalada de blocos rochosos, pequenas escarpas rochosas, vertentes íngremes com vegetação, travessia de grutas, cruzamentos de rios, travessias de trechos de mar e uso de corda para segurança. Foi elaborada uma matriz com 16 possibilidades para graduar esse tipo de trilha. Ela mescla a classificação de distância-desnível vertical (leve, moderada, pesada e extrapesada) com o grau de dificuldade (fácil, médio, difícil e extremo). Esse sistema tem ainda a função de expor aos usuários o tipo de situação que será encontrado, evitando ou minimizando acidentes. Por exemplo, uma trilha técnica pode ser graduada como: Leve Difícil (L3), Moderada Extrema (M4), Extrapesada Média (EP2) e assim por diante. Palavras-chave: trilhas; ambientes naturais; sistema de classificação.
A B S T R A C T
This work defines “technical trails” and creates a methodology to graduate them using some geographical variables. It is important for the management of natural areas visited by tourists, hikers and mountaineers. This kind of trail is not a simple hike and can’t be compared to rock climbing routes or alpinism. Technical trails are located in different types of geomorphological regions that can be hilly, mountainous, karstic areas, rocky coast, cannyons etc. Technical trails mix hiking with sections where one needs some technical knowledge or practice to climb either: boulders, short rock face, or steep slope covered by vegetation. Some of them also include cave traversing, crossing rivers or short section of sea. Rope can be necessary for safe manners. A matrix with 16 possibilities of graduation was elaborated for this kind of trail. It considers a classification for length-vertical gap (light, moderate, heavy and extra heavy), and grades for difficulty levels (easy, medium, hard, and extreme). This system can also be used to advise tourists, hikers and mountaineers about the type of situation they can find in advance, to avoid or minimizing accidents. Thus, a technical trail can be graduated such: Light Hard (L3), Moderate Extreme (M4), Extra Heavy Medium (EH2).
Key-words: trails; natural environments; classification system.
Referências
BENTO, C.M. Caminhos Históricos e Estratégicos de Penetração e Devassamento do Vale do Paraíba. Resende: FAHIMTB/AHIMTB/Resende, 76 p. 2013.
CARDOSO, J.A. & WESTPHALEN, C. M. Atlas Histórico do Paraná - 2° Edição, Curitiba, Ind. Gráf. Projeto, 78 p. 1981.
GRAYDON, D. Mountaineering: the freedom of the hills. The Montaineers. Seattle. 447 p. 1992.
FARIA, A.P. Dinâmica geomorfológica da costa rochosa do Estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geomorfologia, V19 (1): 187 – 204. 2018.
FARIA, A.P. A Escalada Brasileira. Rio de Janeiro, Companhia da Escalada, 384 p. 2017.
FARIA, A.P. A costa rochosa brasileira, um mundo a ser explorado. Revista Montanhas, no 5: 64 – 68, 2016.
FARIA, A.P. (2014). Transporte de sedimentos em canais fluviais de primeira ordem: respostas geomorfológicas. Revista Brasileira de Geomorfologia, V15 (2): 191-202. 2014.
FARIA, A.P. Montanhismo Brasileiro: Paixão e Aventura. Rio de Janeiro, Publit, 262 p. 2006.
FARIA, A.P. Córregos de alto risco. Ciência Hoje. V 28 no 165: 69 – 73. 2000.
FEMERJ. Metodologia de classificação de trilhas. V6.1, outubro de 2015. www.femerj.org.
FERREZ, M. Rio. Rio de Janeiro, Editora Instituto Moreira Sales, 265 p. 2015.
HARTMANN, J.L. Marumbi: guia de escalada e introdução à história do montanhismo paranaense. Curitiba, 132 p. 2007.
KNIGHTON, D. Fluvial forms and processes. E. Arnold, London. 218 p. 1984.
LANGE, F.L.P. Caminhos na Formação do Brasil - 1° Edição, Curitiba, 2008.
LINO, C. F. Cavernas: o fascinante Brasil subterrâneo. Gaia, São Paulo, 288 p., 2001.
LUCENA, W.M. História do montanhismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Publit, 264 p. 2008.
LOBO, H.A.S; SCALEANTE, J.A.B; RASTEIRO, M.A; ZAGO, S. Método para a classificação de grau de dificuldade em roteiros espeleoturísticos. 31o Congresso Brasileiro de Espeleologia. SBE, Ponta Grossa-PR. 2011.
ORTENBURGER, L.N. & JACKSON, R, G. A climber’s guide to the Teton Range. The Mountaineers. Seattle, 416 p. 1996.
VIVEIROS, E. Rondon Conta Sua Vida. Edit. Coop. Cultural Esperantistas. São Paulo. 364 p. 1969.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Antonio Paulo Faria

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista Brasileira de Geografia Física concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão para disponibilizar seu trabalho online antes ou durante o processo editorial, em redes sociais acadêmicas, repositórios digitais ou servidores de preprints. Após a publicação na Revista Brasileira de Geografia Física, os autores se comprometem a atualizar as versões preprint ou pós-print do autor, nas plataformas onde foram originalmente disponibilizadas, informando o link para a versão final publicada e outras informações relevantes, com o reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.