Análise da variação temporal da carga de fósforo no baixo Rio São Francisco (AL/SE)
DOI:
https://doi.org/10.26848/rbgf.v15.2.p872-885Palavras-chave:
vazão, yield, ortofosfato.Resumo
A construção de barragens para geração de energia hidroelétrica causou alterações nas condições naturais dos setores Sub-médio e Baixo São Francisco, formando uma cascata de barragens e reservatórios ao longo do eixo principal do rio. O presente trabalho avaliou a carga de fósforo ortofosfato no baixo rio São Francisco AL/SE – Brasil, durante os anos de 2008, 2009 e 2010. A área estudada encontra-se a latitude 10°12’ S e longitude 36°49’ W, 80 km a montante da foz e 100 km a jusante da Usina Hidrelétrica de Xingó, área da ponte rodoferroviária entre os municípios de Porto Real do Colégio-AL e Propriá-SE. As amostras foram coletadas em uma estação próxima a ponte rodoferroviária entre as cidades de Propriá (SE) e Porto Real do Colégio (AL). Neste estudo o fósforo inorgânico dissolvido (PID) pode ser considerado baixo quando comparado com outros rios tropicais. Após a conclusão da cascata de barragens e a regulação do fluxo dos rios após 1995, as cargas específicas de PID diminuíram a níveis abaixo de rios tropicais que já possuíam cargas específicas mais baixas. A comparação das cargas específicas de PID do RSF com outros rios tropicais mostram que diferenças de gradiente, tamanho, cobertura vegetal e obras de engenharia tiveram efeitos diferentes sobre as cargas específicas de nutrientes.
Palavras-chave: vazão; yield; ortofosfato.
Analysis of the temporal variation of phosphorus load in the lower São Francisco River (AL/SE)
A B S T R A C T
The construction of dams for hydroelectric power generation caused changes in the natural conditions of the Submedia and Baixo São Francisco sectors, forming a cascade of dams and reservoirs along the main axis of the river. The present work evaluated the load of phosphorus orthophosphate in the lower São Francisco River AL / SE - Brazil, during the years 2008, 2009 and 2010. The studied area is located at latitude 10 ° 12 'S and longitude 36 ° 49' W , 80 km upstream of the mouth and 100 km downstream of the Xingó Hydroelectric Plant, an area of the railroad bridge between the municipalities of Porto Real do Colégio-AL and Propriá-SE. How they were collected at a station near the railroad bridge between the cities of Propriá (SE) and Porto Real do Colégio (AL). In this study, dissolved inorganic phosphorus (PID) can be considered low when compared to other tropical rivers. After the completion of the cascade of dams and the regulation of river flow after 1995, specific PID loads decreased to levels below tropical rivers that already had lower specific loads. The comparison of RSF's PID loads with other rivers determined that difference in gradient, size, vegetation cover and engineering works have different effects on specific nutrient loads.
Keywords: flow rate; yield; orthophosphate.
Referências
ANA-Agência Nacional de Águas, 2015. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil: regiões hidrográficas brasileiras. Disponível em: https://www.snirh.gov.br/portal/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos/conjuntura_informe_2015.pdf. Acesso: 06 de abril de 2021.
BERNARDES, L.M.C., 1951. Notas sobre o clima da bacia do Rio São Francisco. Revista Brasileira de Geologia, 13 (3): 473-89.
CARMOUZE, J. P., 1994. The Metabolism of Aquatic Ecosystems. 1. ed. São Paulo: Editora FAPESP, 253 p.
CORREIA, M. F.; DIAS, M. A. F. S., 2003. Variação do nível do reservatório de Sobradinho e seu impacto sobre o clima da região. Revista Brasileira de Recursos Hídricos [online] 8. Disponível: https://www.abrhidro.org.br/SGCv3/publicacao.php?PUB=1&ID=37&SUMARIO=575 . Acesso: 13 abr. 2019.
CUNHA, S. B., 2006. Bacias hidrográficas. In: CUNHA, S. B. GUERRA, A. J. T.. Geomorfologia do Brasil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, Pp 229-271.
CUNHA, S. B., 2007. Impactos geomorfológicos da barragem de Xingó – baixo curso do rio São Francisco. In: SANTOS, M. et al. Território, territórios: ensaios sobre o ordenamento territorial. 3ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina. Pp. 353-374.
ESTEVES, F. de A.; PANOSO, R., 2011. Fósforo. In: ESTEVES, F. de A. Fundamentos de limnologia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Interciência. Pp. 259-281.
KNOPPERS, B. et al., 2005. The São Francisco Estuary, Brazil. In: Wangersky, P. (ed.) The Handbook of Environmental Chemistry, Vol. 5- Water Pollution: estuaries. Springer Verlag, Berlin. 51-70 pp.
MEDEIROS, P. R. P., 2003. Aporte fluvial, transformação e dispersão da matéria em suspensão e nutrientes no estuário do Rio São Francisco, após a construção da Usina Hidroelétrica do Xingó (AL/SE). Tese (Doutorado em Geociências), - Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
MEDEIROS, P. R. P. et al., 2007. Aporte fluvial e dispersão de matéria particulada em suspensão na zona costeira do rio São Francisco (SE/AL). Geochimica Brasiliensis [Online] v. 21. Disponível: https://geobrasiliensis.org.br/geobrasiliensis/article/view/268/pdf. Acesso: 14 abr. 2019.
MEDEIROS, P. R. P. et al., 2011. Aporte de material em suspensão no baixo rio São Francisco (SE/AL), em diferentes condições hidrológicas. Brasilian Journal of Aquatic Science and Technology, v. 15. Disponível: https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/bjast/article/viewFile/1909/1897. Acesso: 15 mar. 2018.
MEDEIROS, P. R. P. et al. 2014. Características ambientais do baixo São Francisco (AL/SE): efeitos de barragens no transporte de materiais na interface continente-oceano. Geochimica Brasiliensis. v. 28. Disponível: https://www.geobrasiliensis.org.br/geobrasiliensis/article/view/384/pdf. Acesso: 14 abr. 2021.
MEDEIROS, P. R. P. et al., 2016. Inter-annual variability on the water quality in the lower São Francisco river (NE-Brasil). Acta LimnológicaBrasiliensia. v. 28. Disponível: https://doi.org/10.1590/S2179-975X3515. Acesso: 12 mar. 2019.
MILLIMAM, J. D.; MEADE, R.H., 1983. World-Wide Delevery of River Sediment to the Oceans. J. Geol., 91. Disponível: https://www.jstor.org/stable/30060512. Acesso: 10 jan. 2020.
NIMER, E., 1972. Climatologia da região nordeste do Brasil. Ver. Bras. Geog. 34 (2). Disponível: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1972_v34_n2.pdf. Acesso: 15 jun. 2019.
PONTE, F. C., 1969. Estudo Morfo-Estrutural da Bacia de Sergipe Alagoas. Bol. Téc. Petrobrás 12 (4): 439- 474.
PRADO, D. E., 2003. As caatingas da América do Sul. In: LEAL, I. R..; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (eds.). Ecologia e conservação da caatinga. Ed. Universitária da UFPE, Recife. Pp. 3-73.
SILVA, K.. 2018. Estimativa da variação temporal da eutrofização no baixo São Francisco a partir da utilização do índice TRIX. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Alagoas. 72 f.
VON SPERLING, M., 2005. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. 3 ed. Belo Horizonte: Editora UFMG
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam na Revista Brasileira de Geografia Física concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão para disponibilizar seu trabalho online antes ou durante o processo editorial, em redes sociais acadêmicas, repositórios digitais ou servidores de preprints. Após a publicação na Revista Brasileira de Geografia Física, os autores se comprometem a atualizar as versões preprint ou pós-print do autor, nas plataformas onde foram originalmente disponibilizadas, informando o link para a versão final publicada e outras informações relevantes, com o reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.