Pesquisa Etnográfica com Povos Indígenas em Pernambuco: Estratégias Metodológicas Mediante a Pandemia do COVID-19

Autores/as

Resumen

O presente texto é parte de uma pesquisa de doutorado em andamento, situada nos debates sobre protagonismos indígenas, com ênfase nas ações coletivas desses/as na Educação Superior. Porém, mediante a contexto atual da pandemia, desafiando os/as etnógrafos/as que estavam realizando pesquisas de campo, pretendemos compartilhar algumas estratégias metodológicas possíveis para continuarmos à nossa pesquisa mesmo durante a pandemia. Ressaltamos que os povos indígenas em Pernambuco são falantes da Língua Portuguesa, dominam as chamadas novas tecnologias e várias ferramentas tecnológicas de comunicação. Esse aspecto favoreceu o redirecionamento metodológico da nossa pesquisa. Se antes realizávamos uma etnografia a partir da inserção física no campo, atualmente impedida essa possibilidade. Contudo, recorremos à etnografia online, não restringindo-nos à observação e análise de comportamentos e exposições dos/as atores da pesquisa nas plataformas eletrônicas e virtuais, mas, também usamos estas plataformas como ferramentas de comunicação e interações etnográficas.

Biografía del autor/a

Maria da Penha da Silva, Programa de Pós-Graduação em Antropologia - UFPE

Doutoranda em Antropologia/UFPE. Mestre em Educação pelo PPGEduc/CAA/UFPE (2015). Especialista em Culturas e História dos povos indígenas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE (2016). Licenciatura em Pedagogia pela Fundação de Ensino Superior de Olinda/FUNESO (1997). Formação do Ensino Médio no Curso de Magistério (1990). Professora efetiva na Educação Básica na Rede Municipal de Ensino da Cidade do Recife, desde 1996. Área de interesse: O ensino sobre a História e as culturas indígenas nas escolas não indígenas, e no Ensino Superior; Indígenas na Educação Superior. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas Históricas, Educação e Culturas-NEPHECs/UFRPE; Laboratório de Estudos sobre Ação Coletiva e Cultura/UPE; e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Cultura Política, Educação e Diferenças NEPCPED - GT Étnico-racial/AESA.

 

Citas

APIB, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. 2021. Emergência Indígena: panorama geral da COVID-19. (https://emergenciaindigena.apiboficial.org/dados_covid19/; acesso 10/01/2021).

BRASIL. 2018. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse Estatística Educação Superior 2018. Brasília: Inep. (http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse; acesso em 26/11/2019).

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2012. Características gerais dos indígenas. In: IBGE, Censo demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE.

CLIFFORD, J.; MARCUS, G. 2016. A escrita da cultura: poética e política da etnografia. Tradução de Maria Claudia Coelho. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens/edUFRJ.

FIOCRUZ/FGV, Relatório Técnico. 2020. Risco de espalhamento da COVID-19 em populações indígenas: considerações preliminares sobre vulnerabilidade geográfica e sociodemográfica. (https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/relatorios_tecnicos_-_covid-19_procc-emap-ensp-covid-19-report4_20200419-indigenas.pdf; acesso em 22/06/2020).

GARCÍA-CASTRO, Alvaro A. 2018. Los Warao en Brasil son refugiados, no inmigrantes. Revista Périplos: GT CLACSO, Fronteiras internacionais e migração indígena na América do Sul, n.2, Vol. 2: 32-55.

HINE, Christine. 2015. Ethnography for the Internet: Embedded, Embodied and Everyday. Bloomsbury Academic. London: Bloomsbury.

LIMA, Antônio. C. de S.; BARROSO, Maria M. 2013. “A presença indígena na construção de uma educação superior universal, diferenciada e de qualidade”. In: LIMA, Antônio C. de S.; BARROSO, Maria M. (Orgs.). Povos indígenas e universidade no Brasil: contextos e perspectivas, 2004-2008, pp 45-78. Rio de Janeiro: E-papers (http://laced.etc.br/site/pdfs/LivroPovosIndigenas.pdf; acesso em 22/08/2016).

LIMA, Antônio C. de S. 2016. “A educação superior de indígenas no Brasil: notas para balanços e possíveis perspectivas, à guisa de uma introdução”. In: LIMA, Antônio Carlos de Souza. (Org.). A educação superior de indígenas no Brasil: balanços e perspectivas. Rio de Janeiro: E-papers. (http://laced.etc.br/site/pdfs/LivroPovosIndigenas.pdf; acesso em 15/07/2017).

MARCUS, George. 1995. Ethnography in/of the world system: The Emergence of Multi-Sited Ethnography. Revista Annual Review Anthropology. Vol. 24: 95-117.

MBEMBE, Achille. 2016. Necropolítica: biopoder soberania estado de exceção política da morte. Revista Arte & Ensaios. Rio de Janeiro: PPGAV/EBA/UFRJ, n. 32, dez.: 123-151.

MINAYO, Maria C. de S. 2010. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12ª ed. São Paulo: Hucitec.

MONTEIRO, John Manuel. 1994. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras.

OLIVEIRA, João Pacheco de. 2016. O nascimento do Brasil e outros ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contra Capa.

PERRET, Gimenta. 2011. Territorialidad y práctica antropológica: desafíos epistemológicos de una antropología multisituada/multilocal. Revista KULA. Antropólogos del Atlántico Sur, n. 4, Abril.: 52-60.

RAPPAPORT, Joanne. 2018. “Más allá de la observación participante: la etnografía colaborativa como innovación teórica”. Buenos Aires: CLACSO.

Rappaport, Joanne. 2018. “Más allá de la observación participante: la etnografía colaborativa como innovación teórica”. In: In: LEYVA, Xochitl; ALONSO, Jorge, et al. Prácticas otras de conocimiento(s): entre crisis, entre guerras. 1ª edición digital, Tomo I, pp. 323-352. Buenos Aires: CLACSO.

SOUZA Vânia Rocha Fialho de Paiva e. 1992. As Fronteiras do Ser Xukuru: estratégias e conflitos de um grupo indígena no NE. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Recife: Universidade Federal de Pernambuco.

STRATHERN, Ann Marilyn. 2014. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify.

WAIZBORT, Ricardo; PORTO, Filipe. 2018. Epidemias e colapso demográfico no México e nos Andes do século XVI. Revista História, Ciências, Saúde, n. 2, Vol.25 abr/jun.: 391-407.

Publicado

2021-09-28

Número

Sección

Experiências em Campo