O caso dos batuques em Recife no século XVIII: africanos, italianos e portugueses em conflito
DOI:
https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2019.37.2.02Palavras-chave:
Liberdade, Escravos, Batuques, InquisiçãoResumo
Apresentamos uma discussão sobre as práticas culturais africanas realizadas na Capitania de Pernambuco vistas pela documentação produzida na administração colonial e a Igreja Católica Romana sobre as mesmas. Procuramos entender, através da análise da documentação oficial produzida nos últimos vinte anos do século XVIII, no âmbito do Conselho Ultramarino e do Tribunal da Inquisição de Lisboa, como essas práticas (danças, festas, batuques, feitiços, mandingas) influenciavam não só o cotidiano dos seus protagonistas, os africanos e seus descendentes, mas, também, dos colonos, pessoas ligadas a administração religiosa e agentes ligados à administração colonial.
Referências
ALMEIDA, Érika Simões. A câmara do Recife e a coroa portuguesa: negociação de conflitos e conformação do pacto político no reinado de D. Maria I. In: Revista Trilhas da História. Três Lagoas, v.4, nº8 Jan-Jun, 2015.
ARAÚJO, Rita Cássia B. de. Cruzes, plumas e batuques: festas públicas e colonização na América portuguesa. Ci. & Tróp. Recife, v. n. 2, p. 161-181. Jul/Dez, 2000.
BARTH, Fredrik. Grupos étnicos e suas fronteiras, In: POUTIGNAT, Philippe e STREIFF-FNART, Jocelyne. Teorias da etnicidade. São Paulo: UNESP, 1998.
BERUTE, Gabriel Santos. O tráfico negreiro no Rio Grande do Sul e as conjunturas do tráfico Atlântico. C. 1790 - c. 1830. 5º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. 2012.
BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. Europa, 1500-1800. São Paulo, Companhia das Letras, 1989.
CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na Bahia - um vocabulário afro-brasileiro, Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras / TopBooks, 2001.
CHITUNDA, Paulo Alexandre Sicato. Entre missas e batuques: Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em Recife, Goiana e Olinda - Século XVIII. Dissertação de Mestrado apresentado ao PPGHUFRN. Natal, 2014.
GUEDES, Roberto (Org.). Dinâmica Imperial no antigo Regime Português: escravidão, governos, fronteiras, poderes e legados: século XVII - XIX. Rio de Janeiro: Mauad X, 2011.
HESPANHA, António Manuel. Antigo Regime nos trópicos? Um debate sobre o modelo político do império colonial português. In: FRAGOSO, João.; GOUVÊA, Maria de Fátima. Na trama das redes: política e negócios no império português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
MAYOR, Mariana Soutto. O teatro do século XVIII no Brasil: das festas públicas às casas de ópera. Revista aSPAs. Vol. 5. n. 2. 2015.
MELLO E SOUZA, Marina de. Reis negros no Brasil escravista. História da festa de coroação de Rei Congo. Belo Horizonte, Editora da Universidade de Minas Gerais, 2002.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Um Governador colonial e as seitas africanas. Diário de Pernambuco. Recife, 22 Jan. 1950.
MINTZ, Sidney.; PRICE, Richard. O nascimento da cultura afro-americana: uma perspectiva antropológica. Rio de Janeiro; Pallas; Universidade Candido Mendes, 2003.
MONTEIRO, Rodrigo Bentes.; DANTAS, Vinícius. Maquiavelismos e governos na América portuguesa: dois estudos de ideias e práticas políticas. Revista Tempo. 2014, v. 20.
ORO, Ari. Religiões Afro-Brasileiras do Rio Grande do Sul: passado e presente. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 24, nº 2, 2002, pp. 345-384.
REGINALDO, Lucilene. Os rosários dos angolas: irmandades de africanos e crioulos na Bahia setecentista. São Paulo: Alameda, 2011.
REIS, João José. Batuque Negro: repressão e permissão na Bahia oitocentista. In: JANCSÓ, István; KANTOR, Iris (Orgs.). Festa: cultura e sociabilidade na América Portuguesa. São Paulo: Hucitec, 2001.
REIS, João José. Revisitando “Magia jeje na Bahia”. In: COSTA, Valéria Gomes.; GOMES, Flávio. Religiões negras no Brasil: da escravidão à pós-emancipação. Editora: Selo Negro, 2016.
RIBEIRO, Eneida Beraldi. A censura inquisitorial e o tráfico de livros e ideias no Brasil Colonial. Fênix – Revista de História e Estudos Culturais Janeiro/ Fevereiro/ Março/ Abril de 2012 Vol. 9. Ano IX, nº 1.
RIBEIRO, Mônica da. “Razão de Estado” na cultura política moderna: o império português, ano 1720-30. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel; GONTIJO, Rebeca (Orgs.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história. Civilização Brasileira, 2007.
SILVA, Kalina Vanderlei. O teatro urbano – sociabilidades urbanas açucareiras em Pernambuco nos séculos XVII e XVIII. CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, n. 29.2 (2011).
SILVA, Luiz Geraldo. "Da festa barroca à intolerância ilustrada: Irmandades católicas e religiosidade negra na América portuguesa (1750-1815)". In: SALLES-REESE, Verónica (Org.). Repensando el pasado, recuperando el futuro: nuevos aportes interdisciplinarios para el estúdio de la América colonial. Bogotá: Editorial Pontifcia Universidad Javeriana.
SLENES, Robert W. "Malungu, ngoma vem!": África coberta e descoberta do Brasil. In: Cadernos do Museu da Escravatura, n. 1. Ministério da Cultura. Luanda, 1995.
SOUZA, Laura de Mello. Revisitando o calundu”. In: GORENSTEIN, Lina e CARNEIRO, Maria L. Tucci (Org.). Ensaios sobre a intolerância: Inquisição, Marranismo e Anti-Semitismo. São Paulo: Humanitas, 2002,
SWEET, James H. Recriar África: cultura, parentesco e religião no mundo afro-português (1441-1770) / James H. Sweet; Trad. João Reis Nunes; Luís Abel Ferreira. Lisboa: Edições 70, 2007.
TOLEDO, Cézar de Alencar Arnaut de; RUCKSTADTER, Flávio Massami Martins; RUCKSTADTER, Vanessa Campos Mariano. O teatro jesuítico na Europa e no Brasil no século XVI. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.25, mar. 2007.
VALE, Fernanda Cristina. Linguagens de amor: a feitiçaria como meio de conquista amorosa no Brasil colonial. III Seminário Linguagem e Identidades: múltiplos olhares.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 .

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, o autor garante que o artigo é original, e que não contém declarações caluniosas ou difamatórias, que não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual, comercial ou industrial de terceiros, bem como ressarcir prontamente a Universidade Federal de Pernambuco/CLIO: Revista de Pesquisa Histórica por quaisquer indenizações, prejuízos ou despesas que possam ocorrer em razão da quebra destas garantias.
O autor mantém os direitos autorais sobre o artigo, autorizando, no entanto, a Universidade Federal de Pernambuco/CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, a utilizar o referido artigo, no todo ou em parte, editado ou integral, em língua portuguesa ou qualquer outro idioma, em versão impressa, ou qualquer outro meio de divulgação, ficando assim, a referida instituição isenta de qualquer pagamento de direitos autorais ao autor.