A “arte arcaica” de Ariano Suassuna: a arte rupestre na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2021.39.2.16Palavras-chave:
Movimento armorial, Arte rupestre, DecolonidadeResumo
A arte rupestre foi inscrita contemporaneamente na obra de Ariano Suassuna, notadamente nas artes plásticas e literatura. Para tanto serão analisadas obras literárias e iluminogravuras onde se constata a forte influência da arte rupestre. A inserção da estética rupestre no Movimento Armorial tinha a expectativa de revelar e ressaltar a arte de populações pretéritas quando das influências na expressão da arte brasileira. A arte popular e a arte rupestre insurgem no imaginário de alguns armorialistas diante do reconhecimento dessa arte brasileira que desafia a supremacia da arte erudita, no sentido de inibir hierarquizações e afirmar a relevância aproximativa de ambas. Na expressão da arte rupestre em concomitância com a negritude, numa fala mítica, convocamos Roland Barthes. Na superação do pensamento eurocêntrico, que vislumbramos nas obras apresentadas de Ariano Suassuna, situamos autores tais como Aníbal Quijano, Edgard Lander, Eduardo Restrepo e Alex Rojas.
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