Contar história(s) e despertar (in)visibilidades: reflexões sobre didática da história, literatura e direitos humanos

Autores

  • Beatriz Rodrigues UEM- Universidade Estadual de Maringá
  • Vera Lúcia Silva Vieira

DOI:

https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2021.39.2.8

Palavras-chave:

Didática da história, Ensino de história, Direitos humanos, Literatura

Resumo

A partir das formulações propostas pela didática da história, este artigo apresenta algumas reflexões sobre a historiografia, o ensino de história e os usos públicos do passado, bem como os desafios que dizem respeito à intensificação dos ataques e das demandas negacionistas na contemporaneidade. Articulando a importância do estudo de temas sensíveis no ensino de história, buscamos o diálogo com as obras K. Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski (2016) e A resistência, de Julián Fuks (2015), numa perspectiva que aproxima história, literatura e direitos humanos.

Biografia do Autor

Beatriz Rodrigues, UEM- Universidade Estadual de Maringá

Beatriz Rodrigues é doutora e mestra em História e Cultura Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Franca). Atua como docente do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e é autora do livro Linguagens urbanas na “Babel amalucada”: cartas caipiras em periódicos paulistanos (1900-1926).

Vera Lúcia Silva Vieira

Vera Lúcia Silva Vieira é doutora e mestra em História e Cultura Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Atua como professora na educação básica em Catalão/GO. Atuou como docente no curso de história da Universidade Federal de Catalão e é autora do livro A escrita como exercício da indignação: Ignácio de Loyola Brandão (Bebel que a cidade comeu e Não verás país nenhum).

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Publicado

21-01-2022