“São os escritos que têm mais força e vida”: cultura escrita, imagens, circulação de saberes e de artistas nos quinhentos
DOI:
https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2020.38.2.02Keywords:
Cultura Escrita, Circulação de Ideias, Artistas, Mobilidade SocialAbstract
O presente artigo se debruça sobre o ambiente intelectual do século XVI, objetivando examinar algumas das relações estabelecidas entre as culturas escrita e imagética, bem como a circulação que essas culturas puderam alcançar. Procura-se ainda analisar as possibilidades e finalidades de escritos produzidos por artistas, de modo que seja possível uma reflexão sobre a posição que ocupavam nas cortes e suas estratégias de ascensão social, que visavam a desvinculá-los dos estigmas decorrentes do trabalho manual. Por fim, o texto procura, a partir da perspectiva historiográfica de mundialização, contribuir para a discussão da circulação de agentes na Europa dos quinhentos.
References
ALVES, José da Felicidade. Introdução ao estudo da obra de Francisco de Holanda. Lisboa: Livros Horizonte, 1986.
BARBIER, Frédéric. A Europa de Gutenberg: o livro e a invenção da modernidade ocidental (séculos XIII-XVI). São Paulo: Edusp, 2018.
BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, O ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BOUZA, Fernando. De Escribano a la biblioteca. La civilización escrita europea en la alta Edad Moderna (siglos XV-XVII). Madrid: Akal, 2018.
BRAUDEL, Fernand. O modelo italiano. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
BUCAILLE, Richard e PESEZ, Jean-Marie. “Cultura Material” in RUGGIERO, Romano. (dir.) Enciclopédia Einaudi. Vol 16. Homo-Domesticação. Cultura Material. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1989, pp. 11-16.
BURKE, Peter. “Como interrogar a los testemonios visuales”, in PALOS, Joan Lluís (org.). La historia imaginada. Construcciones del passado en la Edad Moderna. Madrid: CEEH, 2008, pp. 29-40.
BYINGTON, Elisa. “A perfeita regra da arte: regra, ordem, medida, desenho e maneira”, in BYINGTON, Elisa (org.). Giorgio Vasari: a invenção do artista moderno: 500 anos. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2012.
CARDIM, Pedro. O Poder dos Afectos. Ordem amorosa e dinâmica política no Portugal do Antigo Regime. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa (tese de doutoramento), 2000.
CASTIGLIONE, Baldassare. O Cortesão. São Paulo: Martins Fontes, 1997 [1527].
CENNINI, Cennino. Il libro dell’arte. Vicenza: Neri Pozza, 2019 [1437].
CHARTIER, Roger. “Construção do Estado moderno e formas culturais. Perspectivas e questões”, in CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. 2ª Ed. Tradução de Maria Manuela Galhardo. Lisboa: Difel, 2002, p. 215-229.
DESWARTE-ROSA, Sylvie. “Francisco de Holanda et Le Greco: coïncidences et divergences”, in HADJINICOLAOU, Nicos & IOANNOU, Panayotis K. (org.). Perceptions of El Greco in 2014. Athens: Benaki Museum, 2019, pp. 403-422.
FERRO, Sérgio. Artes plásticas e trabalho livre: de Dürer a Velázquez. São Paulo: Editora 34, 2015.
GINZBURG, Carlo. “O nome e o como: troca desigual e mercado historiográfico”. In GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, 1991, pp. 172-174.
GRUZINSKI, Serge. O historiador, o macaco e a centaura: a "história cultural" no novo milênio. In Estud. av. [online]. 2003, vol.17, n. 49.
HOLANDA, Francisco. Da Pintura Antiga. Lisboa: Imprensa nacional – Casa da Moeda, 1983 [1548].
HOLANDA, Francisco de. Do tirar pelo natural. Campinas: Editora Unicamp, 2013 [1549].
LE GOFF, Jacques. “O tempo de trabalho na ‘crise’ do século XIV: do tempo medieval ao tempo moderno”, in LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Estampa, 1993, pp. 61-74.
LONG, Pamela O. Objects of Art/Objects of Nature: visual representation and the investigation of nature. In SMITH, Pamela H. & FINDLEN, Paula (org.). Merchants and Marvels: commerce, science, and art in early modern Europe. London: Routledge, 2002, pp. 63-82.
NICHOLS, Tom. Renaissance Art in Venice: from tradition to individualism. London: Laurence King Publishing, 2016.
RAMINELLI, Ronald. “Da controversa nobilitação de índios e pretos, 1630-1730”. In FRAGOSO, João & GOUVÊA, Fátima (orgs.). O Brasil Colonial. Vol. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
RIPA, Cesare. Iconologia. Siena: Matteo Florimi, 1613.
SCHNAPPER, Antoine. Le métier de peintre au Grand Siècle. Paris: Gallimard, 2004.
SENNETT, Richard. O Artífice. Rio de Janeiro: Record, 2013.
SUBRAHMANYAM, Sanjay. “Connected Histories: Notes towards a Reconfiguration of Early Modern Eurasia”. In Modern Asian Studies, Vol. 31, No. 3, Special Issue: The Eurasian Context of the Early Modern History of Mainland South East Asia, 1400-1800. (Jul., 1997).
VASARI, Giorgio. Vidas dos artistas. São Paulo: Martins Fontes, 2011 [1550].
Downloads
Published
Issue
Section
License
Upon submitting an article to the CLIO Journal, the author guarantees that the article is original and that it does not contain calumnious or defamatory declarations, that it does not infringe upon any intellectual property rights, be they commercial, industrial or third party, as well as promptly reimbursing the Federal University of Pernambuco/ CLIO Journal for any indemnities, harm caused or costs which may occur because of any breach of these guarantees.
The author retains the copyright on the article, authorizing, however, the Federal University of Pernambuco/CLIO: Historical Research Journal to use of the article in question, in whole or in part, in edited or complete form, in Portuguese or in whatever other language, in printed form or in whatever other form of disclosure, the referred-to institution thereby being exempt of whatever payment of royalties to the author.


