João-Maria Vilanova: o escritor angolano secreto e os poderes hegemónicos
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2020.248003Palabras clave:
literatura angolana, João-Maria Vilanova, angolanidade, poder hegemónico colonial e pós independentistaResumen
Revela-se a verdadeira identidade do escritor angolano João-Maria Vilanova, pela primeira vez, ao público brasileiro. Discute-se a causa e o modo como o escritor quis que os textos valessem por si, com o seu lugar de fala e a ontologia localizados em Angola e no seu povo. Mostra-se uma angolanidade extremamente marcada pela história, sociedade, cultura e engajamento político e uma alta qualidade estética, mantendo, todavia, um anonimato obsessivo. Procura-se assinalar subtis ou explicitados preconceitos, de ordem ideológica, tanto em Angola como em Portugal, que concorreram para que ele não tenha ainda merecido o lugar que o seu talento justificaria. Tal somente se compreende observando o poder hegemónico colonial, que impedia a divulgação da sua obra, embora tivesse ganho um prémio, porém sem consequências de maior efeito. Igualmente, analisam-se aqui algumas causas que prolongam a subavaliação deste escritor secreto, após a Independência, sobretudo desde 1985, em que se consolida um novo poder hegemónico societário e cultural.
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