O movimento ocupe estelita: O capital cultural na interface entre a política e a cultura

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2019.243758

Mots-clés :

ocupe estelita, capital cultural, estrutura de sentimentos, produção audiovisual, direito à cidade

Résumé

Pretendemos analisar peças chave da produção audiovisual do MOE para identificar as representações nela mais difundidas em momentos cruciais para a causa. É importante lembrar que um grupo de profissionais de áreas como o urbanismo, o design, a comunicação e o direito utilizou de suas competências específicas e de seu alto capital simbólico em seus respectivos campos para fazer frente à aliança entre o Consórcio e a Prefeitura na disputa pela “opinião pública”, especialmente através de depoimentos em produtos audiovisuais. Por isso, estes aparecem como um corpus interessante para pensar a confluência destes capitais culturais e simbólicos em torno da defesa do direito à cidade. Com este intuito, destacamos vídeos produzidos pela Brigada Audiovisual do Estelita em que fica clara uma tomada de posição política de disputa mais assumida com o Consórcio Novo Recife pela “opinião pública”. Tais produtos são interpretados à luz da identificação de elementos da “estrutura de sentimentos” de seus produtores que parece expressar a de uma parte importante do MOE, em seu conjunto, embora a própria problematização constante da ideia de “conjunto” seja uma das suas principais características, como veremos.

Biographie de l'auteur

Maria Eduarda Mota Rocha

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (1993), graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (1994), mestrado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1998) e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2004). Foi professora visitante na Universidade Paris III (Sorbonne Nouvelle) e Paris II (Panthéon-Assas). Sua tese de doutorado, intitulada A Nova retórica do capital: a publicidade brasileira em tempos neoliberais, foi publicada pela Edusp e recebeu o prêmio Jabuti em 2011 (terceiro lugar na categoria "comunicação"). Atualmente é professora associada da Universidade Federal de Pernambuco, no Departamento de Sociologia e no Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Tem experiência nas áreas de Sociologia da Cultura, da Comunicação e do Consumo, com ênfase nos seguintes temas: publicidade, cultura de consumo, mídia e democracia. É bolsista de produtividade CNPq II.

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Publiée

2019-12-19