Peixes-Bois das praças do Recife - A história de um século de convívio e admiração dos pernambucanos a estes animais
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-6092.2020.246006Palavras-chave:
Peixes-bois, Recife, praças, XicaResumo
A ocorrência do peixe-boi marinho no Brasil é registrada desde o período da colonização do país. A caça desses animais ocasionou a redução do tamanho das populações e a extinção em algumas regiões, como parte do litoral de Pernambuco. No passado, as cidades de Olinda e Recife apontam que o uso do peixe-boi como fonte de alimento, podendo ser o motivo pela ausência de avistagem da espécie no litoral desses municípios. Essa teria sido a primeira principal relação entre recifenses e os peixes-bois. Após praticamente três séculos, os recifenses voltam a ter uma forte relação com os peixes-bois, quando animais passam a viver em tanques de praças e parques públicos da cidade. A sociedade começou a admirá-los em momentos de lazer, sendo uma atração das tardes dos domingos. Esse ciclo de animais cativos e visitação pelos pernambucanos e turistas de outras regiões durou mais de um século, com início em 1909, quando Chico chegou a Praça da República, e teve seu fechamento em 2015, mas permaneceu na Ilha de Itamaracá e na memória dos pernambucanos. Dentre os peixes-bois das praças, Xica, foi o mais visitado, tendo sido considerada uma “celebridade” e até mascote da cidade do Recife.
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