Precarização do trabalho e desarticulação do movimento sindical no capitalismo contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2448-0215.2022.253777

Palavras-chave:

sindicalismo, trabalho, capitalismo, reestruturação produtiva, neoliberalismo.

Resumo

O presente artigo objetiva apresentar uma análise sobre o movimento sindical no Brasil, no contexto do capitalismo contemporâneo. Nesse sentido, parte das relações entre capital e trabalho e das contradições que lhes são inerentes. Demonstraremos como as transformações econômicas e políticas operadas pelo capital para a manutenção de seus objetivos de lucro e acumulação, ao longo da história, são estratégias que intensificam a exploração da força de trabalho, visando resolver suas crises cíclicas e minimizar suas contradições. No Brasil, a reestruturação produtiva desde o final de século XX e a adesão incondicional dos governantes ao modelo de regulação social neoliberal, promoveram a desarticulação do movimento sindical. Neste quadro, foram utilizadas diferentes estratégias, desde a repressão mais brutal até formas mais sofisticadas, provocando a divisão do movimento e, consequentemente, esvaziando os movimentos de base.

Biografia do Autor

Ana Lúcia de Sousa, Universidade Federal de Roraima

Professora titular no Curso de Ciências Sociais e no Programa de Pós-graduação Sociedade e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima.

Maria Denise Guedes, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Docente do Departamento de Educação da UNESP-IBILCE -Câmpus de São José do Rio Preto-SP.

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Publicado

12-07-2022

Edição

Seção

Dossiê “Os movimentos de precarização do trabalho e a educação”