PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA NA MODERNIDADE: POR UMA PEDAGOGIA DA DESCOLONIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA
Keywords:
Modernidade, Educação, Cultura, DescolonizaçãoAbstract
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a constituição da modernidade e suas representações em termos de educação e cultura como processos continuados de “colonização”, especialmente na América Latina. As questões que levantamos são: que relações há entre a constituição do projeto de educação e cultura da modernidade ocidental com os conhecimentos apropriados do Oriente e da América? Como esta relação criou o Eu/Outro? Discute-se inicialmente como nasce a modernidade, suas raízes históricas centradas na ideia de superioridade europeia a partir da reivindicação da herança cultural Grega Clássica. Analisa-se ainda como se deu a “promoção do Ocidente” ou a supremacia européia a partir do século XVI, assim como os acontecimentos que contribuíram para a formação da “civilização do renascimento”. Os conhecimentos apropriados do Oriente e da América para formação da modernidade com sua educação e cultura, cujos princípios fundamentais originaram o binarismo Eu/Outro, são colocados como propulsores da modernidade Ocidental. Para finalizar, enfatiza-se que é preciso reconhecer a existência desse binarismo como “herança” da colonização para promover uma pedagogia da libertação via processo da descolonização.
References
ASSIS, Machado de. O Alienista (1882). Coleção L&PM Pocket. Contos Literatura clássica brasileira, 1998.
BARRETO, Mauro Vianna. A Sedução da Civilidade: O Mundo Urbano e Rural Amazônico Oitocentista na Obra Literária de Inglês de Sousa. In: BEZERRA NETO, José Maia (org.). Terra Matura: historiografia e história social na Amazônia. Belém: Paka-Tatu, 2002.
BERNAL, Martin. A imagem da Grécia Antiga como uma ferramenta para o colonialismo e para a hegemonia europeia. In: FUNARI, P.P. A. (Org.) Repensando o Mundo Antigo. Campinas: IFCH/Unicamp, 2005.
BEZERRA NETO, José Maia. Os males de nossa origem: o passado colonial através de José Veríssimo. In: BEZERRA NETO, José Maia (org.). Terra Matura: historiografia e história social na Amazônia. Belém: Paka-Tatu, 2002.
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, nº11. Brasília, maio - agosto de 2013.
BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. Tradução: Myriam Ávila, Eliana Loureço de Lima Reis e Gláucia Renate Gonçalves. Editora da UFMG, Belo Horizonte, 1998.
BUFFA, Ester & PINTO, Gelson de Almeida. Colégios do século XVI: matriz pedagógico-espacial de nossas escolas. In: BENCOSTA, Marcus Levy Albino (org.). Culturas escolares saberes, saberes e práticas educativas: itinerários históricos. São Paulo: Cortez, 2007.
CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade. Tradução de Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo: EDUSP, 1997.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999.
COELHO, Geraldo Mártires Coelho. Índio livre, Negro escrevo: Vieira, uma palavra paradoxal? In: COELHO, Geraldo Mártires Coelho. Nos passos de Clio: Peregrinando pela Amazônia Colonial (Coleção Debates). Editora: Estudos Amazônicos. Belém, 2012.
CUNHA, Euclides da. À margem da história. São Paulo: Martins fontes, 1999.
CUNHA, Marly Solange Carvalho da. Matutos” ou Astutos? Oligarquia e Coronelismo no Pará Republicano (1897-1909). Dissertação de Mestrado. FAHIS/UFPA, 2008.
CUNHA, Maria Clemente Pereira (org). Carnavais e outras Festas: Ensaios de história social da cultura. Campinas, SP, Editora da UNICAMP, CECULT, 2002.
DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento. Tradução: Manuel Ruas. Editora Estampa. Lisboa, 1994.
DUSSEL, Enrique. Filosofia da Libertação: crítica à ideologia da exclusão. Trad. de George I. Maissiat. São Paulo: Paulus, 1995.
DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação na idade da globalização e da exclusão. Vozes. Petrópolis, 2000.
LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. Tradução: Marcos de Castro. Ed. José Olympio. Rio de Janeiro, 2006.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. Padres, pajés, santos e festas: catolicismo popular e controle eclesiástico. Um estudo antropológico numa área do interior da Amazônia. Belém, CEJUP, 1995.
NUNES, Benedito & FIGUEIREDO, Aldrin Moura de Figueiredo. Luzes e Sombras do Iluminismo Paraense. In: BEZERRA NETO, José Maia (org.). Terra Matura: historiografia e história social na Amazônia. Belém: Paka-Tatu, 2002.
OLIVEIRA, Ivanilde Apoloceno. DIAS, Alder Sousa. Ética da Libertação de Enrique Dussel: caminho de superação do irracionalismo moderno e da exclusão social. Conjectura, Caxias do Sul, v. 17, n. 3, p. 90-106, set./dez. 2012.
GOLDIM, Neide. A Invenção da Amazônia. Editora Valer. Manaus, 2007.
GUZMAM, Dércio de Alencar. O gesto insolente: história social das festas e divertimentos paraenses no século XIX. Belém, 1993.
SANTOS, Boaventura de Sousa, MENESES, Maria Paula (Org). Epistemologia do Sul. Edições Almeida SA. Rio de Janeiro, 2009.
SAID, Edward W. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. Tradução: Tomás Rosa Bueno. Companhia das Letras. São Paulo, 1990.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870 a 1930. São Paulo. Companhia das letras, 1993.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2016 Tópicos Educacionais

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
a) Authors retain copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons license: org/licenses/by/4.0, which allows sharing the work with acknowledgment of its authorship and initial publication in this journal.
b) This journal provides public access to all its content, as this allows for greater visibility and reach of the articles and reviews published. For more information about this approach, visit the Public Knowledge Project, a project that developed this system to improve the academic and public quality of research, distributing the OJS as well as other software that supports public access to academic sources. Names and email addresses provided on this site will be used exclusively for the purposes of the journal and will not be made available for other uses.