A dança nas práticas pedagógicas da Educação Infantil numa escola pública

Os saberes corporais integrados aos processos de aprendizagem

Résumé

Este artigo aborda uma pesquisa que teve como objetivo construir, desenvolver e analisar, com a participação ativa das crianças, uma proposta intitulada “A Dança da Vida”, composta por três práticas pedagógicas sobre o tema “Ciclos da vida vegetal e animal”, realizada através da corporeidade que se expressa nas vivências da dança, dirigida a uma turma de Educação Infantil de uma escola pública municipal do Rio de Janeiro, durante o período da pandemia de Covid. A metodologia adotada foi do tipo qualitativa, classificada como um estudo de caso, contemplando também, características de uma pesquisa-ação. Tomando-se como referência a educação para a liberdade defendida por Paulo Freire, consideramos relevante refletir sobre alguns aspectos relacionados ao corpo e à infância, questionando os processos de escolarização colonizadora no Brasil que teve o corpo como alvo de objetificação e exploração, para a partir disto repensarmos práticas educativas capazes de emergir e legitimar os saberes corporais. O trabalho com a concepção de dança defendida por Isabel Marques, enquanto área de conhecimento que permite uma percepção crítica e integrada do corpo e das suas múltiplas relações consigo, com o outro e com o mundo, facilitou a participação ativa das crianças na construção das práticas pedagógicas, como também favoreceu a abertura de espaços de escuta, criação, formulação de hipóteses e curiosidades, viabilizando a ampliação do conhecimento de si e do mundo.