O lugar das epistemologias não eurocêntricas em escolas brasileiras
Parole chiave:
matrizes do saber, educação crítica, educação popularAbstract
O presente artigo discute o lugar das epistemologias não eurocêntricas em escolas brasileiras, a partir
da percepção do alunado. Para tanto, além de uma pesquisa bibliográfico-documental sustentadora da discussão temática, realizou-se uma investigação de campo, a fim de acessar o alunado sobre sua
experiência escolar básica. Dessa forma, a partir do aporte nocional de Saviani (1984) e Ribeiro (1993), sobre escola e democracia, de Guiles (1993) e Japiassu (1979) quanto à epistemologia, e de Henriques
(2019; 2021) sobre ensino crítico de língua portuguesa, investigou-se a percepção dos educandos concernente as matrizes étnico-culturais dos saberes comutados em conteúdos e objetos escolares,
segundo uma perspectiva de educação cidadã. Depreende-se do investigado a perpetuação de um
paradigma verticalizador eurocêntrico-cientificista nas experiências educacionais escolares vividas pelos investigados, as quais defendem tanto uma verdade única sobre o conhecimento quanto impetram violências de abjeção identitária e conceptiva reforçadoras de preconceitos sociais sobre os
saberes populares e as culturas de matrizes colonizadas. Logo, aclarar-se-á uma oposição à manutenção de tal paradigma, assumindo-se o ofício de propalar uma perspectiva educacional não
colonialista, alocadora dos conhecimentos subalternos na mesma posição valorativo-apreciativa daqueles do currículo tradicional hegemônico, como forma de resistência, transgressão e mudança
social.
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