Tornar-se professor de geografia: uma análise à luz da teoria das representações sociais
DOI :
https://doi.org/10.51359/2594-9616.2020.247977Mots-clés :
Representações sociais, Professor, Geografia.Résumé
O ser professor de geografia tem sua essência no sentido que se atribui a esse fato materialmente percebido e que nos permite identificá-lo. Este fenômeno tem uma essência que não se reduz apenas ao fato do ser professor enquanto titulação concedida por uma universidade, mas também compreende o sentido real e ideal atribuído, com suas representações que são, ao mesmo tempo, estruturantes e estruturadas por uma realidade percebida. Diante disso, o presente estudo objetivou identificar a representação social do ser professor de geografia partilhada pelos discentes do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual do Piauí- UESPI, em Teresina-PI e comparar as representações dos alunos que estão no início da graduação com aqueles que se encontram na condição de concludentes do mesmo curso. Para tanto, buscou-se apoio na Teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici (1969). Os dados da pesquisa foram produzidos com base no Teste de Associação Livre de Palavras (TALP). A análise dos dados realizou-se conforme a análise de conteúdo categorial com base em Bardin (1986). Como resultados, identificou-se que as representações sobre o ser professor de geografia ocorrem em uma esquematização entre aspectos objetivos, vinculados à baixa remuneração salarial e aspectos subjetivos, relacionados ao sentido do processo de ensino e aprendizagem. Dessa convergência entre o social e o subjetivo os discentes formam a sua consciência, orientando o modo próprio de pensar e agir em relação a profissão docente.
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