A renovação da geografia: uma contenda em progresso
DOI:
https://doi.org/10.51359/2594-9616.2021.247701Palavras-chave:
Geografia, Ensino de geografia, Processo de aprendizagemResumo
A Geografia, enquanto disciplina, apresenta-se novata frente às demais que compõem o currículo escolar. Enquanto ciência, procura estabelecer seus rumos de pensamento e objeto de estudo na mesma constante em que o mundo contemporâneo, globalizado, tecnológico, mutável a todo instante, procura estabelecer sua identidade. A Geografia, que em suas primeiras incursões serviu como meio estratégico militar, encontrou no positivismo clássico aporte para seu desenvolvimento. Por meio da influência da classe burguesa, constituiu molde para seus estudos e afirma-se como ciência de cunho crítico-social, preocupada em estabelecer relações entre o homem, enquanto sociedade, e o espaço geográfico que ele ocupa, na busca de entender, de maneira mais complexa, política, econômica, social, além de natural, o mundo que habitamos. Objetivando compreender as mudanças que a Geografia Tradicional passou até o estabelecimento da linha crítica do pensamento geográfico procuramos, por meio de revisão bibliográfica de autores clássicos e contemporâneos, relatar as principais demandas que permeiam essa ciência. Assim, este trabalho sintetiza características que permeiam a ciência geográfica em sua vertente tradicional e a sua busca por renovação metodológica, de pensamento enquanto ciência e de prática enquanto disciplina, buscando na nova Geografia, ou Geografia Crítica, caminhos e meios para se estabelecer tal visão.
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