A noiva estava de vermelho: horror e sexualidade em A mulher que inventou o amor
DOI:
https://doi.org/10.34176/icone.v17i3.242265Schlagworte:
Boca do Lixo, Jean Garrett, “A mulher que inventou o amor”, horror, exploitationAbstract
A mulher que inventou o amor (1979) é um longa-metragem brasileiro dirigido por Jean Garrett, escrito por João Silvério Trevisan e fotografado por Carlos Reichenbach. O filme se apropria abertamente de alguns códigos estilísticos e narrativos vinculados a um imaginário de gênero (no caso, o horror e o melodrama), ao mesmo tempo em que se mostra disposto a tensionar estes mesmos elementos, reenquadrando-os sob uma perspectiva singular em relação às questões de gênero, sexualidade e representação. O ponto de partida da trama é, até certo ponto, alinhado à sub-vertente dos rape & revenge movies, tendência então em voga no âmbito do horror de exploração internacional. No filme, entretanto, o estupro sofrido pela personagem Doralice (Aldine Müller) serve de catalisador para uma vingança direcionada contra todos os homens (em sua maioria, representados como fracos, patéticos, egoístas ou aproveitadores) que atravessam seu caminho.
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