Filosofia e distopia seriadas: sobre Black Mirror e suas relações entre humanos e técnicas
DOI :
https://doi.org/10.34176/icone.v16i1.237077Mots-clés :
filosofia, distopia, Netflix, ficção, conceito-imagemRésumé
Se pensarmos para além da sua propensão ao entretenimento puro, ou mesmo, das abstrações quase sempre irônicas acerca dos comportamentos sociais, não estaria a série britânica Black Mirror estabelecendo reflexões profundas sobre a nossa mais banal realidade? Norteada por estes questionamentos, através da análise de 4 episódios e de entrevistas concedidas pelo autor, esta pesquisa exploratória, de cunho histórico e descritivo, busca identificar na estrutura narrativa da série relações entre o audiovisual, sua propensão ao pensamento filosófico (logos e pathos), à experimentação do mundo através do conceito-imagem, assim, reflexões distópicas concernentes ao vínculo humano e tecnologia. A confirmação da base filosófica dessa produção audiovisual, que também inclui o cruzamento de referências de autores tais como Zygmunt Bauman e Jean Baudrillard, levanta uma segunda questão: sobre o reforço cognitivo operado pela vivência diegética proporcionada pelo cinema.
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