Coisas Obscuras: representações de meninas do ensino médio sobre lesbianidade(s)
DOI:
https://doi.org/10.33052/inter.v4i6.236740Abstract
O presente estudo possuiu como objetivo interrogar e compreender as representações sobre a(s) lesbianidade(s) produzidas por estudantes de uma escola agrícola da região sul do estado do Rio Grande do Sul. A pesquisa, orientada pelos Estudos Culturais Lesbofeministas, produziu seus dados a partir de “rodas de conversas” complementadas por anotações no “diário de campo”. Partindo das análises dos dados, podemos apontar que as estudantes possuem visões e entendimentos conceituais a respeito da(s) lesbianidade(s) e que esses já possuem um posicionamento crítico frente à forma como a mulher é retratada na sociedade. Entretanto, a temática “lesbianidade(s)” – não diferente da forma como as demais mulheres são retratadas na escola-, é atravessada pela invisibilidade histórico-escolar e quando visível, ancora-se em representações mediadas somente pela violência.
Lesbianidade(s). Escola. Diálogo. Lesbofeminismo.
Obscure Things: representations of high school girls about lesbianity(s)
Abstract
The present study aimed to interrogate and understand the representations about the lesbianity (ies) produced by students of an agricultural school in the southern region of Rio Grande do Sul state. The research, guided by the Lesbofeminist Cultural Studies, produced its data through "circles of conversation" supplemented by notes of the "field diary". From the analysis of the data, we can point out that the students have conceptual visions and understandings about the lesbian(s) and that they already have a critical position regarding the way in which the woman is portrayed in society. However, the theme of "lesbianity (ies)" - not unlike the way other women are represented in school - is crossed by the invisibility at school space and, when visible, is anchored in representations mediated only by violence.
Lesbianity (s).School. Dialogue. Lesbofeminismo
References
ANDRADE. Sandra. A entrevista narrativa ressignificada nas pesquisas educacionais pós-estruturalistas. In: MEYER, Dagmar; PARAÍSO, Marlucy (org.). Metodologias da pesquisa pós-críticas em educação. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2012.
ANDRADE. Luma. Hierarquia, disciplina e panoptismo: uma cartografia do espaço escolar. In: RODRIGUES. Alexsandro; BARRETO. Maria Aparecida Santos Corrêa (org) Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitória, ES: EDUFES, 2012.
ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras. 2008. BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo: A experiência vivida. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CAETANO, Marcio. Performatividades reguladas: heteronormatividade, narrativas biográficas e educação. Curitiba: Appris, 2016.
ELLIS, Havelock. Inversão Sexual. Rio de Janeiro: Brugueira, 1932.CISNE, Miria; GURGEL, Telma. Os atuais desafios para o feminismo materialista. Entrevista com Jules Falquet. Temporalis. Brasília (DF), ano 14, n. 27, p. 245-261, jan./jun. 2014.
FISCHER, Rosa Maria Bueno. Foucault e a análise do discurso em educação. In.: Cadernos de Pesquisa, n° 114. Campinas: Ed. Autores Associados, 2001, p. 197-223.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
_____ A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: Ditos e Escritos V. Ética, sexualidade e política, por Michel Foucault. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P. 264-287.
_____. Verdade e Subjetividade. In: Revista de Comunicação e Linguagens. Lisboa: Edições Cosmos, nº 19, dez, 1993, p. 203-223.
HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu (org. e trad.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2009, p. 103-133.
LAURETIS, Teresa de. Sujetos excéntricos. La teoría feminista y la conciencia histórica. In. Diferencias: etapas de un camino a través del feminismo. Madrid, Horas y horas. Cuadernos inacabados, n.35, 2000.
LOURO, Guacira. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (org.) O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2a ed., 3a reimpressão. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
____. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 9.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. MOGROVEJO, Norma Aquise. Teoria lésbica, participación política y literatura. Ciudad de México: Universidad de la Ciudad de México, 2004.
_____. Um amor que se atrevió a decirsunombre: La lucha de las lesbianas y surelación com los movimentos homosexual y feminista em América Latina. México: Plaza y Valdes, 2000.
NAVARRO SWAIN, Tania. O que é lesbianismo. São Paulo: Brasiliense, 2004.
NOGUEIRA, Nadia. Lota Macedo Soares e Elizabeth Bishop: Amores e desencontros no Rio dos anos 1950-1960. Campinas, 2005.
PEIXOTO, Afrânio. Sexologia Forense. Rio de Janeiro: ed. Guanabara, 1934.
RICH, Adrienne. Sobre mentiras, secretos y silêncios. Barcelona: Icaria, 1983. ROSE, N. The politics of life itself. Theory, Culture & Society, v. 18, n. 6, p. 1-30, 2001.
SILVA, Tomaz Tadeu da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
SOIHET, Rachel. Condição feminina e formas de violência: mulheres pobres e ordem urbana, 1890-1920. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.
WITTIG, Monique. El pensamento heterosexual y otros ensayos. Barcelona: Egales, 2006.
Downloads
Published
Issue
Section
License
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommons Atribuição 4.0
Internacional (texto da Licença:https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).