Saberes populares e indígenas e suas lutas afirmativas: uma perspectiva de Educação em Direitos Humanos
DOI:
https://doi.org/10.33052/inter.v4i7.238199Abstract
O presente estudo objetiva estabelecer um diálogo aproximativo entre a epistemologia dos saberes populares, os saberes tradicionais indígenas e a educação em Direitos Humanos. Nesse diálogo situamos as especificidades, os nuances e organização própria de cada modo aprendente/ensinante na tentativa de perceber o que há de latente nos conteúdos e perspectivas dos Direitos Humanos nas respectivas leituras de mundo e da palavra. Nessa compreensão, estabelecemos o diálogo entre essas leituras de mundo das tradições popular e indígena (indígenas de Pernambuco), evidenciando os valores axiológicos tradicionais, e o que eles anunciam e denunciam das formalidades ideologizadas acerca da declaração dos Direitos Humanos. Nessa direção, esse diálogo contribui com as possíveis revisões dos conteúdos e formas das vivências da educação em Direitos Humanos. Para tanto, servimo-nos da abordagem das Epistemologias do Sul, sobremaneira, das contribuições de Boaventura de Sousa Santos, Paulo Freire, Ivone Gebara, Saberes do Povo Kambiwá, Susana Sacavino e Ana Maria Rodino. Concluímos que esse diálogo muito enriquece não só as discussões da educação em Direitos Humanos, mas também amplia o exercício das leituras Interculturais na perspectiva ético-política.
Saberes Populares. Saberes Indígenas. Educação em Direitos Humanos.
Peoples’ and Indigenous’ knowledge and their affirmative fights: a perspective of Education in Human Rights
ABSTRACT
The present study aims to establish a closer dialogue between the epistemology of the people knowledge, the traditional indigenous knowledge and the Human Rights education. In this dialogue, we set the specificities, the nuances and proper organization of each manner of learning/teaching in the attempt of realizing what is latent in the contents and perspectives of Human Rights in the respective reading the world and the word. In this comprehension, we establish the dialogue between these readings of world of the people’s and indigenous’ traditions (indigenous of Pernambuco), pointing the axiological traditional values and what they announce and denounce in the ideologized formalities about the Human Rights declaration. In this direction, this dialogue contributes with the possible contents revision and means of the experiences of education in Human Rights. Therefore, we serve of the South Epistemologies approach, especially, in the contributions of Boaventura de Sousa Santos, Paulo Freire, Ivone Gebara, the knowledge of the Kambiwá People, Susana Sacavino and Ana Maria Rodino. Concluding that this dialogue enriches not only the discussions about education in Human Rights, but also extends the exercise of intercultural readings in the ethic-political perspective.
Peoples’ Knowledge. Indigenous Knowledge. Human Rights Education.
References
ARROYO, Miguel. Outros Sujeitos, Outras Pedagogias. Petrópolis: Vozes, 2012.
BITTAR, Eduardo (org.). Educação e Metodologia para os Direitos Humanos. São Paulo, Quartier Latin, 2008, p. 285-298.
CANDAU, Vera. Educação em direitos humanos: questões pedagógicas. In: BITTAR, Eduardo (org.). Educação e Metodologia para os Direitos Humanos. São Paulo, Quartier Latin, 2008, p. 285-298.
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano 1 – Artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 10. Ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
DUSSEL, Enrique. Filosofía de la Liberación. Bogotá: Editorial Nueva America, 1996.
GEBARA. Ivone. Filosofia Feminista: uma brevíssima introdução. São Paulo: Edições Terceira Via, 2017.
HERRERA FLORES, Joaquín. La reinvención de los derechos humanos. Sevilla, Atrapasueños, 2008.
MAGENDZO, Abraham. Derechos humanos: un desafío para los docentes de hoy. Santiago: LOM Ediciones, 2006.
____. La escuela y los derechos humanos. México – DF, Cal y Arena, 2008.
____. Pensamiento e ideas-fuerza de la educación en derechos humanos en Iberoamérica. Santiago, Chile, OIE/Orealc/Unesco, 2009.
MALDONADO-TORRES, Nelson. A Topologia do Ser e a Geopolítica do Conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. In: MENESES, Maria Paula e SANTOS, Boaventura de Sousa. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p.
PROFESSORAS E PROFESSORES KAPINAWÁ. Kapinawá – Território, Memórias e Saberes. CEEIK. Funcultura: Recife, PE, 2016.
RODINO, Ana María. Educación para la vida en democracia: contenidos y orientaciones metodológicas. San José. Instituto Interamericano de Derechos Humanos, 2003.
SACAVINO, Susana. Educação em Direitos Humanos e Democracia. In: CANDAU, Vera e SACAVINO, Susana. Educar em Direitos Humanos. Rio de Janeiro, D&P Editora, 2000, pp. 36-48.
SÁNCHEZ RUBIO, David. Democracia y derechos humanos: una perspectiva crítica. En: Proyecto Socialización Digital del Conocimiento. Documentos de Estudio, n.1, Heredia, Costa Rica, IDELA/UNA, 2011, p. 7-61.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo – para uma nova cultura política. (Coleção: Para um novo senso comum; Vol 4), 3. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.
____. Se Deus Fosse Um Ativista dos Direitos Humanos. São Paulo: Cortez, 2014.
SILVA, Everaldo Fernandes da. Processos Aprendentes e Ensinantes dos/as Aresãos/ãs do Alto do Moura: tesitura de vida e formação. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Educação. Tese de Doutoramento, 2011.
Downloads
Published
Issue
Section
License
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommons Atribuição 4.0
Internacional (texto da Licença:https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).