Pachakuti e a história da modernidade nos mares do Sul
DOI:
https://doi.org/10.33052/inter.v5i8.241589Palavras-chave:
América Latina, Modernidade, Colonialidade, OntologiaResumo
O texto trata da construção da modernidade colonialidade, a partir de um diálogo entre o Materialismo Histórico-Dialético (LUKÁCS, 2010; MARX, 2007; 2013) com as Epistemologias do Sul (SANTOS, 2010A; QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2011). Três são os pontos centrais da reflexão: o rompimento do silêncio absoluto que envolve a importância da América Latina na construção da modernidade capitalista; a vinculação metabólica entre modernidade e colonialidade, uma vez que a o estágio das forças produtivas e da consolidação do eurocentrismo como núcleo duro da vida intelectual mundial possuem uma vinculação estreita com o regime de acumulação primitiva, colonização e racialização dos territórios latino-americanos e, por fim; a introdução de uma premissa ontológica materialista ao debate epistemológico do Sul Global, é o de que a colonização foi o momento matricial da imposição planetária da Forma-Mercadoria (MARX, 2013).
Pachakuti and the history of the modernity beyond the Southern seas
ABSTRACT
The text deals with the construction of modernity-coloniality, starting from a dialogue between Historical-Dialectical Materialism (LUKÁCS, 2010; MARX, 2007; 2013) and Southern Epistemologies (SANTOS, 2010A; QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2011). Three are the central points of reflection: the breaking of the absolute silence that surrounds the importance of Latin America in the construction of capitalist modernity; the metabolic linkage between modernity and coloniality- since the stage of the productive forces and the consolidation of Eurocentrism as the core of the intellectual world life have a close connection with the regime of primitive accumulation, colonization and racialization of the Latin American territories and, finally, the introduction from a materialist ontological premise to the epistemological debate of the Global South, is that colonization was the matrix point of the planetary imposition of the Form-Merchandise (MARX, 2013).
Referências
DUSSEL, Enrique. 1492 El encubrimiento del otro: hacia el origen del “mito de la modernidad”. La Paz: Plural, 1994.
DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação: crítica à ideologia da exclusão. São Paulo: Paulus, 1995.
DUSSEL, Enrique. Europa, modernidad y eurocentrismo, in DUSSEL. Hacia una filosofía política crítica, 2001.
GROSFOGUEL, R. Dilemas dos estudos étnicos norte-americanos: multiculturalismo identitário, colonização disciplinar e epistemologias descoloniais. Revista Cienc. Cult. v.59 n.2 São Paulo abr./jun. 2007.Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v59n2/a15v59n2.pdf
GUHUR, D. M. P.; TONÁ, N. Agroecologia. In: CALDART, R. S. et al (Org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 57-65.
HARVEY, David. 17 contradições e o fim do capitalismo. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.
LESSA, Sergio; TONNET, Ivo. Introdução à filosofia de Marx. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
LUKÁCS, Gyorgy. Prolegômenos para uma ontologia do ser social: questões de princípios para uma ontologia hoje tornada presente. São Paulo: Boitempo, 2010.
MAFFESOLI, M. Elogio da razão sensível. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. Trad. Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, Karl; Engels, Friedrich A ideologia alemã:crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauere Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas (1845-1846). São Paulo: Boitempo, 2007.
MÉSZÁROS, Istivan. Para além do capital: rumo a uma teoria da transição1. ed. revista. São Paulo: Boitempo, 2011.
MIGNOLO, W. D. Cambiando las éticas y las políticas del conocimiento: la lógica de la colonialidade y la postcolonialidad imperial. Herencias coloniales y teorias postcoloniales. Revista chilena de literatura, Coimbra, 2005.
MIGNOLO, W. D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, Rio de Janeiro n 34, p. 287-324, 2008.
MIGNOLO, W. D. Historias locales/diseños globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamientos fronterizo. Madrid: Akal, 2011.
MIGNOLO, W. D. La Idea de América Latina: la herida colonial y la opción decolonial. Barcelona: Gedisa, 2007.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
SANTOS, B. S. A gramática do tempo para uma nova cultura política. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010a.
SANTOS, B. S. Descolonizar el saber, reinventar el poder. Montevidéu: Trilce, 2010b.
SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, M. P. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010c. p. 31-83.
WALSH, C. Interculturalidad, Plurinacionalidad y Decolonialidad: Las Insurgencias Político-Epistémicas de Refundar el Estado. Tabula Rasa. Bogotá, Colombia, n. 9, p. 131-152, jul-dic 2008.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Filipe Gervásio Pinto da SILVA

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommons Atribuição 4.0
Internacional (texto da Licença:https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).