I Ciclo Formativo de Educação Antirracista do Núcleo de Estudos Yabás: proposta de formação de professores para aplicação da Lei 10.639/2003
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-7668.2021.250039Palavras-chave:
Lei 10.639/2003, Educação antirracista, Educação decolonial, Formação de professores, AfrocentricidadeResumo
Esse artigo é fruto da experiência do trabalho do Núcleo de Estudos Yabás junto aos professores do cursinho popular Uneafro/Yabás ao longo do ano de 2020. Como resultado desses espaços, foi desenvolvido o I Ciclo Formativo de Educação Antirracista do Núcleo de Estudos Yabás, cuja proposta se baseia no entendimento da Lei 10.639/2003 a partir de três áreas do saber: as ciências humanas, as linguagens e as ciências da natureza. As formações foram organizadas em quatro eixos – apresentação da Lei 10.639/2003; ciências humanas e o roubo epistemológico; linguagens e códigos afrocentrados; e desconstrução do racismo científico – e a proposta envolve a relação interdisciplinar das três áreas buscando um olhar mais completo sobre a Lei 10.639/2003, transcendendo a ideia do ensino de África como um conteúdo à parte no currículo. A legislação é compreendida aqui a partir da luta do movimento negro por emancipação principalmente no âmbito educacional.
Referências
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricity. Disponível em http://www.asante.net/articles/1/afrocentricity/. Acesso em 11 de outubro de 2020.
ASSOCIAÇÃO DE CULTURA BANTO DO LITORAL NORTE – SP (ACUBALIN). Nkisi na diáspora: raízes bantu no Brasil. São Paulo: Governo do estado São Paulo, 2013.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988, p.11-15.
BRASIL. Lei 10.639/2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, 2003.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações Etnicorraciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília: MEC, 2004.
BRASIL. Plano nacional de implementação das diretrizes curriculares nacionais para educação das relações etnicorraciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília: SECAD; SEPPIR, 2009.
BRASIL. BNCC. Base Nacional Comum Curricular. MEC. Brasília, 2017.
CARDOSO, Marcos. O movimento negro em Belo Horizonte: 1978-1998. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2002.
DIOP, Cheikh Anta. The African origin of civilization: myth or reality. Chicago: Lawrence Hill and Co., 1974.
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2013.
GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
GOMES, Nilma Lino. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação. Maio/Jun/Jul/Ago, 2003, n. 23. p. 75-85.
GOMES, Nilma Lino. Educação e relações raciais: refletindo sobre algumas estratégias de atuação. In: Kabengele Munanga. (Org.). Superando o racismo na escola. Brasília: MEC, 1999, p. 55-62.
GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v. 12, n. 1, p. 98-109, jan/abr 2002.
JAMES, George. Stolen Legacy. EUA: Start Publishing LLC, 2012 (e-book).
MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (orgs). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. Para entender o negro no Brasil de hoje: história, realidades, problemas e caminhos. São Paulo: Global: Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação, 2004 (Coleção Viver, Aprender).
NASCIMENTO, Abdias. 13 de maio uma mentira cívica. Discurso proferido pelo Senador Abdias Nascimento por ocasião dos 110 anos da Abolição no Senado Federal. Brasília, 1998.
NASCIMENTO, Abdias. Teatro Experimental do Negro: trajetória e reflexões. Estudos Avançados, 18 (50), 2004.
NASCIMENTO, Abdias. Quilombismo: um conceito emergente do processo histórico-cultural da população afro-brasileira. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009, p. 197-218.
NOGUEIRA, Renato. O ensino de filosofia e a lei 10.639/2003. Rio de Janeiro: Pallas, 2014.
PINHEIRO, Bárbara Carine Soares; ROSA, Katemari (org.). Descolonizando saberes: a Lei 10.639/2003 no ensino de ciências. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2018.
SADER, Eder. Quando novos personagens entraram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo, 1970-80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 4ª edição, 2001.
SANTOS, Boaventura. Da ideia de universidade à universidade de ideias. In: SANTOS, Boaventura. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995, 187-233.
SANTOS, Boaventura. Uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. In: A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2010, p. 93-135.
SANTOS, Gislene Aparecida dos. A invenção do “ser negro”: um percurso de ideias que naturalizaram a inferioridade dos negros. São Paulo: Educ/Fapesp; Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
TEIXEIRA, Mariana Castro. Educação das Relações Étnico-Raciais & Educação de Jovens e Adultos: a trajetória do livro Para entender o negro no Brasil de hoje, de Nilma Lino Gomes e Kabengele Munanga. [Dissertação de mestrado]. Guarulhos: Programa de Pós-graduação em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo, 2017.
TEIXEIRA, Mariana Castro. Alteridade & Identidade em ‘Para entender o negro no Brasil de hoje’, de Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes. Revice - Revista de Ciências do Estado, Belo Horizonte, v.2, n.2, ago./dez. 2017, p. 266-300.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Mariana Castro TEIXEIRA, Maira Mantovani Alves PEREIRA, Ivani de MELO

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommons Atribuição 4.0
Internacional (texto da Licença:https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. - Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).