O Brasil dos poucos donos de grandes extensões de terras: uma aproximação com a pedagogia feudal entre suseranos e vassalos, analogia, metáfora ou elementos feudais

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DOI :

https://doi.org/10.51359/2675-3472.2022.254349

Mots-clés :

Feudal, Terras, Política, Pedagogia, Ideologia, Alienação.

Résumé

A história humana possui seus processos e especificidades no e do tempo e espaço, com certas rupturas e continuidades de certos processos e elementos. Podemos citar como exemplo: Os tipos e modos de desigualdades, sistemas escravistas e sistemas coloniais etc. Mas, não sendo igual ou da mesma forma. Há especificidades e características ligadas ao tempo e ao espaço contextual. Porém, sem dúvidas, há acontecimentos e fatos históricos que ocorrem com certas semelhanças e características entre passado e presente, ainda que dentro dos seus respectivos contextos. Logo, a cada época e contexto social, político, econômico, cultural, religioso e histórico, podemos observar certas semelhanças, entre ‘o ontem e o hoje. ’ A exemplo, o Sistema Feudal que ocorreu em muitos continentes e países, e em tempos específicos e com suas especificidades contextuais. Desse modo, como já mencionado, parecem que certos elementos ou resquícios de fatos históricos anteriores ou passados se evidenciam em outras épocas e contextos. Não que sejam os mesmos sistemas, nem tampouco a continuidade deles, mas apenas semelhanças e características que parecem ‘ir e vir. ’ Diante de tais fatos, seus problemas e consequências; debruçamo-nos em fontes sobre o Sistema Feudal Europeu dos séc. X ao XIV d. C. para compreendermos elementos, eventos e episódios que vêm ocorrendo na contemporaneidade brasileira, com algumas semelhanças com o Sistema Feudal. Fundamentalmente, no que diz respeito às terras, grandes latifundiários, religião, política, economia e rituais. Assim, identificamos que: a) Religião, Política e ‘poder’, tanto no feudalismo quanto nas relações políticas atuais no Brasil, continuam na perspectiva de defender a propriedade privada de grandes extensões de terras nas mãos de poucos; b) manter e reproduzir as ideias conservadoras e ‘moralistas’ dos grupos que detém o ‘poder político e econômico’; e c) naturalizar a pobreza e a miséria da população como destino ou normal-natural, bem como atribuir às conquistas econômicas e materiais dos grandes latifundiários a algo divino ou determinado.

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Biographie de l'auteur

Marcelo Barboza Duarte, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Mestre em Educação, Gestão e Difusão em Biociências pelo Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Especializado em Filosofia pelo Departamento de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho (UGF); Especializado em Ciências da Religião pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade Unida de Vitória - ES; Licenciado em Pedagogia Plena com Habilitação ao Magistério das Disciplinas Pedagógicas do Ensino Fundamental e Médio, Orientação, Supervisão e Administração Educacional pela Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF); Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória - ES; Licenciado em Filosofia pela Universidade de Taubaté (UNITAU), Licenciado em História e Licenciado em Sociologia pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) e Bacharelando em Filosofia pelo Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Atuou como colaborador em diversos projetos e trabalhos realizados por Instituições sem fins lucrativos para a orientação, auxílio e inserção social de Crianças, Adolescentes e Adultos que vivem em estado de marginalização e vulnerabilidade social em Comunidades, Hospitais e Casas de detenção nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também participou de um projeto humanitário na Bolívia em 1998, Cidade de Puerto Suarez e Santa Cruz de la Sierra, inclusive em Aldeias indígenas, onde sua perspectiva de vida, sociedade e relações sociais mudaram radicalmente. Atuou como Apresentador de um Programa de Rádio FM no Estado do Rio de Janeiro (com mais de 200 mil ouvintes por dia), Lecionou Disciplinas de Teologia em Institutos, Seminários e Faculdades de Teologia no Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, e atualmente Leciona Filosofia em escolas da rede estadual e privada do Rio de Janeiro como professor Docente I. E como pesquisador tem buscado entender questões sobre a violência e sua percepção como na Dissertação de Mestrado onde o problema foi "O impacto da violência urbana na percepção de estudantes da Educação Básica;" sobre a inconstitucionalidade da prática do Ensino Religioso e a violência do mesmo para com a consciência dos educandos no espaço público escolar, onde resultaram trabalhos como "O Ensino Religioso na Educação de Niterói: Facultativo ou Obrigatório, Confessional ou Plural?" e " A Introdução do Ensino Religioso na Educação Pública Brasileira e sua Filosofia (contradições, polêmicas e antagonismos)," no qual são levantadas questões relacionadas a filosofia e a uma formação filosófica para os estudantes da rede pública. Não apenas nestes, mas em todas as produções há as considerações e crítica sobre o por que dos educandos da rede pública não possuírem uma formação que abarque mais conteúdos filosóficos e científicos.

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Publiée

2023-01-12

Comment citer

Duarte, M. B. (2023). O Brasil dos poucos donos de grandes extensões de terras: uma aproximação com a pedagogia feudal entre suseranos e vassalos, analogia, metáfora ou elementos feudais. Revista Mutirõ. Folhetim De Geografias Agrárias Do Sul, 3(3), 168–200. https://doi.org/10.51359/2675-3472.2022.254349

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