Atuação do Estado brasileiro na função de democratização do acesso à terra: o porquê da existência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2675-3472.2022.254386

Palavras-chave:

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Estado, moradia, ocupação

Resumo

O Estado Brasileiro é marcado pela concentração fundiária, devido a isso, surge o movimento do MST para defender direitos como o da moradia, no aspecto social, econômico e ambiental. O objetivo é analisar a questão fundiária e a atuação do Estado Brasileiro na democratização do acesso à moradia e em face disso compreender o porquê da existência do MST. A moradia está ligada ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, pois a partir deste se compreende que aquela oferece qualidade de vida ao indivíduo, como a higienização, descanso, lazer, alimentação, labor, saúde e atividades que serão realizadas e necessárias na vida de qualquer indivíduo. Ocorre, entretanto, que embora seja um direito garantido no plano formal jurídico, percebe-se que no plano fático carece de efetividade pelo Estado devido a uma política brasileira que privilegia o latifúndio desde o Brasil Colônia. O principal responsável para proteção de direitos fundamentais é negligente e converge na manutenção dos privilégios de uma pequena parcela da população que concentra quase metade do Brasil rural. Por fim, o Movimento dos Sem Terra surge em busca de lutar pela redução da desigualdade. Para isso, ele utiliza-se do direito de ocupação, o qual encontra-se implícito no texto constitucional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana Galdino Diniz Bezerra, Universidade Regional do Cariri (URCA)

Estudante de Direito. Acadêmica da Universidade Regional do Cariri (URCA). Atualmente está cursando o 6º semestre. Bolsista do projeto de tema: MST, REFORMA AGRÁRIA E DIREITO À RESISTÊNCIA EM FACE A CRIMINALIZAÇÃO MIDIÁTICA.


Heibe Santana da Silva, Universidade Regional do Cariri (URCA)

Graduado em Geografia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), tem experiência nas áreas de Planejamento Urbano, Geografia Agrária, Geografia Regional, Geoprocessamento e Cartografia, participando durante quatro anos de programas de Iniciação Científica. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (2012-2014). Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (2015-2019), onde estudou temas relevantes do Urbanismo e da Geografia, como Justiça Espacial, Segregação Socioespacial, Infraestrutura Urbana, Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto e Metodologia do Trabalho Científico. Atualmente é professor substituto do Departamento de Geociências da Universidade Regional do Cariri, nos cursos de Licenciatura em Geografia (Graduação) e na Especialização em Direito Administrativo e Gestão Pública (Especialização).


Referências

ALCANTARA FILHO, José Luiz; FONTES, Rosa Maria Olivera. A formação da propriedade e a concentração de terras no Brasil. Revista HEERA , Viçosa, v. 4, n. 7, jul./dez. 2009. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/heera/article/view/26559. Acesso em: 11 ago. 2020

ANDRADE, D.C.M. O direito social à moradia versus políticas públicas voltadas à habitação: possibilidade de o poder judiciário aplicar a judicializ ação da política como forma de concretizar os direitos fundamentais. Mackenzie , São Paulo, v. 9, n. 2, jan. 2015.

BERNAT, Isaac Giribet. A luta pela reforma agrária como instrumento para a transformação social: MST e implementação de políticas públicas de redistribuição da propriedade da terra. VI Jornada Internacional de Políticas Públicas , Maranhão, ago. 2013. Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2013/JornadaEixo2013/anais - eixo3 - estadolutassociaisepoliticaspublicas/pdf/alutapelareforma agrariacomoinstrumentoparaat ransformacaosocial - .pdf. Acesso em: 19 ago. 2020

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/c civil_03/Constituicao/Constituiçao.htm. Acesso em: 02 ago. 2019.

CAMPOS, Marcos Paulo. Movimentos Sociais e Conjuntura Política: uma reflexão a partir das relações entre o MST e o governo Dilma. Cadernos de Estudos Sociais e Políticos , Rio de Janeiro, v. 4 , n. 7, jan./jun. 2015. Disponível em: https://www.e - publicacoes.uerj.br/index.php/CESP/article/view/19014/13841. Acesso em: 20 ago. 2020

FERNANDES, Bernardo Mançano. A ocupação como forma de acesso à terra. Vozes , Petropólis, set. 2001. Disponível em: htt p://docs.fct.unesp.br/grupos/nera/publicacoes/fernandes_ocupacao.pdf. Acesso em: 02 ago. 2020

FERNANDES, Bernardo Mançano. Brasil: 500 anos de luta pela terra. Revista de Cultura Vozes, São Paulo, v. 2, 1999. Disponível em: http://www.incra.gov.br/sites/default/files/uploads/servicos/publicacoes/outraspublicacoes/brasil_500_anos_de_luta_pela_terra_.pdf. Acesso em: 05 ago. 2020

GUTERRES, José Augusto; PAZELLO, Ricardo Prestes. Os atos de desobediência civil do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST: direito à insurgência e direito insurgente.Prisma Jurídico. São Paulo:, v. 10, n. 2, 2011. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=93421623005. Acesso em: 03 jun 2020.

MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Tradução Luis Claudio de Castro e Costa. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MATTOS NETO, Antonio José. A questão agrária no Brasil: aspecto sócio-jurídico. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, São Paulo, v. 33, n. 1, dez. 2006. Disponível em: http://ken.pucsp.br/revph/article/view/2286/1380. Acesso em: 07 ago. 2020.

MATTEI, Lauro. A política agrária e os retrocessos do governo Temer. OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2 maio./ago. 2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Lauro_Mattei/publication/331085397_A_POLITICA_AGRARIA_E_OS_RETROCESSOS_DO_GOVERNO_TEMER/links/5ce55407299bf14d95b02558/A-POLITICA-AGRARIA-E-OS-RETROCESSOS-DO-GOVERNO-TEMER.pdf. Acesso em: 25 ago. 2020.

Menos de 1% das propriedades agrícolas é dona de quase metade da área rural brasileira. Oxfam, 2019, Disponível em: https://www.oxfam.org.br/publicacao/menos-de-1-das-propriedades-agricolas-e-dona-de-quase-metade-da-area-rural-brasileira/>. Acesso em: 25 de ago. de 2020.

PEREIRA, Jamile Cherém Gomes de Araújo. Entre direito à moradia e direito de propriedade: análise jurisprudencial e concreta à luz das políticas públicas que versam sobre direitos sociais prestacionais. 2012. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2012.

PEREIRA, Pedro Costa Brahim; SOUZA, Luiza Mello. A desobediência civil como instrumento de participação na democracia constitucional. Revista do Curso de Direito do Unifor. Minas Gerais, v. 6, n. 1, set. 2016. Disponível: https://periodicos.uniformg.edu.br:21011/periodicos/index.php/cursodireitouniformg/ article/view/315. Acesso em: 02 jun. 2020.

Quem somos. MST, 2015. Disponível em: <https://mst.org.br/quem-somos/>. Acesso em: 20 de ago. de 2020.

ROCHA, Rosaly Justiniano; CABRAL, José Pedro Cabrera. Aspectos históricos da questão agrária no Brasil. Produção Acadêmica, Tocantins, v. 2, n. 1, jun. 2016. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/producaoacademica/article/view/2963. Acesso em: 05 ago. 2020

SARLET, I. W. Algumas anotações a respeito do conteúdo e possível eficácia do direito à moradia na Constituição de 1988. Cadernos de Direito, Piracicaba, v. 3, n. 5, jul./dez.

Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/cd/article/view/854/375. Acesso em: 27 nov.2019

SAUER, Sérgio. 'Reforma agrária de mercado no Brasil: um sonho que se tornou dívida. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro. v. 18, n. 1, 2010. Disponível em: https://revistaesa.com/ojs/index.php/esa/article/view/321/317. Acesso em: 18 ago. 2020.

SILVA, D.M.R.B.V; PEDROSO, V.A.M.P. A concretização do direito à moradia como direito fundamental social: desafios do século XXI. Cientifico, Fortaleza, v. 15, n. 32,

jul./dez. 2015. Disponível em: https://revistacientefico.adtalembrasil.com.br/cientefico/artcile/view/132. Acesso em: 28 nov.2019.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. 925 p.

STÉDILE, João Pedro. Brava gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular. 2012.

Downloads

Publicado

2023-01-12

Como Citar

Bezerra, L. G. D., & Silva, H. S. da. (2023). Atuação do Estado brasileiro na função de democratização do acesso à terra: o porquê da existência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra?. Revista Mutirõ. Folhetim De Geografias Agrárias Do Sul, 3(3), 81–108. https://doi.org/10.51359/2675-3472.2022.254386

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.