O AGRO (NEJO) é POP: A violência invisível do gênero musical mais ouvido do Brasil

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.51359/2675-3472.2024.262033

Schlagworte:

agronegócio, formação territorial , ideologia geográfica, música, sertanejo

Abstract

O presente artigo pretende apresentar o mais recente subgênero surgido na música sertaneja, o Agronejo, e analisar a sua relação com o agronegócio, tema central de suas canções, na produção de novas ideologias geográficas. Surgido por volta de 2021, o Agronejo é o gênero musical mais ouvido do Brasil no ano de 2023, e se diferencia dos estilos sertanejos anteriores como a moda de viola e o sertanejo romântico, por trazer a figura do fazendeiro, da propriedade privada da terra e dos supostos êxitos econômicos do agronegócio como temas principais da canção sertaneja. Inserido nos circuitos espaciais de produção de música sertaneja, sua análise através da Geografia se mostra como uma ferramenta importante para a interpretação crítica da territorialização do capital no Brasil através dos circuitos espaciais de produção musical que engloba produtoras musicais, feiras e exposições agropecuárias, revelando uma nova frente de expansão do agronegócio que se desdobra em diversos setores da indústria cultural como a indústria fonográfica, uma dimensão ainda pouco estudada na Geografia. Nossa análise consiste em compreender como as canções do Agronejo produzem uma identidade territorial especifica na formação territorial do Brasil, e que visa disputar a hegemonia do campo da canção e da cultura nacional, manifestando as contradições da territorialização do capital na urbanização do campo brasileiro, através de ideologias geográficas.

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Autor/innen-Biografie

Rafael Florêncio da Silva, Universidade de São Paulo, Programa de Pós-graduação em Geografia Humana, São Paulo, SP, Brasil.

Doutorando e mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP). Possui bacharelado e licenciatura pela mesma universidade.  Integra o Grupo de estudos de crítica do valor-cisão do LABUR (Laboratório de Geografia Urbana) da USP, atualmente formalizado como Grupo de pesquisa CNPq Territorialização do capital, mobilização do trabalho: da colonização à periferização do território. É parte do coletivo Editorial Igrá Kniga.

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Veröffentlicht

2024-05-06

Zitationsvorschlag

Florêncio da Silva, R. (2024). O AGRO (NEJO) é POP: A violência invisível do gênero musical mais ouvido do Brasil. Revista Mutirõ. Folhetim De Geografias Agrárias Do Sul, 5(1), 111–127. https://doi.org/10.51359/2675-3472.2024.262033

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