A construção territorial de mercados na Agroecologia: uma análise sobre o Núcleo Alto Uruguai da Rede Ecovida de Agroecologia
DOI:
https://doi.org/10.51359/2675-3472.2023.261626Palavras-chave:
Agroecologia, produto orgânico, tecnologia social, mercados camponesesResumo
O objetivo deste artigo é analisar o processo de construção territorial de mercados para a Agroecologia a partir das tecnologias sociais produzidas no Núcleo Alto Uruguai da Rede Ecovida de Agroecologia, na região Sul do Brasil. O mercado, entendido em seu sentido amplo, é uma relação social espacializada, marcada, portanto, por intencionalidades e territorialidades convergentes e conflitantes. Assim, a agricultura camponesa e suas organizações necessitam criar mecanismos capazes de possibilitar a comercialização dos produtos e a geração de renda para as famílias agricultoras. Amparada na certificação participativa dos produtos orgânicos, a combinação de diferentes projeções territoriais de mercados em circuitos curtos de comercialização (feiras-livres e entregas à domicílio) e circuitos extrarregionais tem se constituído, no caso pesquisado, como fundamental para o avanço da Agroecologia e do estreitamento das conexões entre produção e consumo, campo e cidade.
Downloads
Referências
ADDOR, Felipe; EID, Farid; SANSOLO, Davis Gruber (Orgs.). Tecnologia social e reforma agrária popular – vol. 2. Marília: Lutas Anticapital, 2021.
ALTIERI, Miguel; NICHOLLS, Clara I. Bases agroecológicas para una agricultura sustentable. In: ALTIERI, Miguel; NICHOLLS, Clara I. Agroecología - Teoría y práctica para uma agricultura sustentable. México: Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente, 2000, p. 13-44.
ADDOR, Felipe; EID, Farid; SANSOLO, Davis Gruber. Introdução – Por um outro paradigma tecnológico para o campo. In: SANSOLO, Davis Gruber; ADDOR, Felipe; EID, Farid (Orgs.). Tecnologia social e reforma agrária popular – vol. 1. São Paulo: Cultura Acadêmica Editora, 2021, p.23-46.
BALSAN, Rosane. Impactos decorrentes da modernização da agricultura brasileira. Campo-Território: Revista de Geografia Agrária, v. 1, n. 2, p. 123-151, ago. 2006.
CHAYANOV. Alexander V. La Organización de la Unidad Económica Campesina. Buenos Aires: Nuevas Visión, 1974.
DAGNINO, Renato. Tecnologia Social: contribuições conceituais e metodológicas. Campina Grande/PB: EDUEPB; Florianópolis/SC: Insular, 2014.
DAROLT, Moacir. Circuitos Curtos De Comercialização de Alimentos Ecológicos: Reconectando Produtores e Consumidores. In: NIEDERLE, Paulo; ALMEIDA, Luciano de; VEZZANI, Fabiane M. (Orgs.). Agroecologia: práticas, mercados e políticas para uma nova agricultura. Organizadores. Curitiba: Kairós, 2013, p. 139-170.
EDUARDO, Márcio F.; KLEIN, Edson J.; GONÇALVES, Giovani J. A Ecoterra e seu constructo territorial de mercado: as experiências de venda direta como antecedentes do Circuito Sul de circulação e comercialização de produtos agroecológicos, criado no contexto da Rede Ecovida de Agroecologia. AMBIENTES - Revista de Geografia e Ecologia Política, v. 02, nº 02, p. 144-195, 2020. DOI: https://doi.org/10.48075/amb.v2i2.26586
EDUARDO, Márcio Freitas; FINATTO, Roberto Antônio; KONRAD, Jóice. A construção de redes no mercado de produtos orgânicos: o caso do Circuito Sul de Circulação e Comercialização da Rede Ecovida de Agroecologia. Terr@ Plural, [S. l.], v. 17, p. 1–16, 2023. DOI: https://doi.org/10.5212/TerraPlural.v.17.2320714.007
ESCOSTEGUY, I. L.; PUGAS, A. S.; ROVER, O. J. Células de Consumidores Responsáveis: uma proposta coletiva de venda direta de alimentos orgânicos e agroecológicos. In: DAROLT, M. R.; ROVER, O. J. Circuitos curtos de Comercialização, agroecologia e inovação social. Florianópolis: Estúdio Semprelo, 2021, p. 150-156.
FINATTO, Roberto Antônio; EDUARDO, Márcio Freitas. Sistema Territorial Agroecológico (SiTA): uma proposta teórico-metodológica para a análise e a construção da Agroecologia. Boletim Goiano de Geografia, v. 41, n. 1, 2021. DOI: https://doi.org/10.5216/bgg.v41.62449
FINATTO, Roberto Antônio; EDUARDO, Márcio Freitas. O desenvolvimento territorial produzido e apreendido por meio dos Sistemas Territoriais Agroecológicos (SiTAs). Revista Paranaense de Desenvolvimento (RPD), v.44, n.145, 2023.
GLIESSMAN, Stephen Richard. Agroecologia – processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005.
GUALDANI, Carla; SALES, Marli. Tecnologias sociais de convivência com o Semiárido e a racionalidade camponesa. Sustentabilidade em Debate, v. 7, Edição Especial, p.86-99, dez/2016. DOI: https://doi.org/10.18472/SustDeb.v7n0.2016.18646
HIRATA, A.R, ROCHA, L.C da, BERGAMASCO, S.M.P.P. Panorama Nacional dos Sistemas Participativos de Garantia. In: Sistemas Participativos de Garantia do Brasil: histórias e experiências. Pouso Alegre: IFSULDEMINAS, 2020.
JUNQUEIRA, Antonio Hélio; MORETTI, Sérgio Luiz do Amaral. Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA): tecnologia social de venda direta de alimentos e de revalorização das identidades alimentares territoriais. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 26, n. 3, p. 517-538, out. 2018.
NOVAES, Henrique T.; DIAS, Rafael. Construção do marco analítico-conceitual da Tecnologia Social. In: DAGNINO, R. (Org.). Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade. 2ª ed., Campinas: Komedi, 2010, p.113-154.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. A mundialização do capital e a crise do neoliberalismo: o lugar mundial da agricultura brasileira. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 19, n. 2, p. 229-245, 2015.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. Agricultura Camponesa no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991.
PEREZ-CASSARINO, Julian; MEIRELES, Laércio. Rede Ecovida de Agroecologia: origens, princípios e sua concepção de comercialização. In: PEREZ-CASSARINO, J. et al. (org.). Abastecimento alimentar: redes alternativas e mercados institucionais. Chapecó: UFFS; Praia Cabo Verde: UNICV, 2018. p. 267-295.
PLOEG, Jan Douwe Van Der. Sete teses sobre a agricultura camponesa. In: PETERSEN, Paulo (Org.). Agricultura familiar camponesa na construção do futuro. Rio de Janeiro: ASPTA, 2009. p. 17-31.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A Reinvenção dos Territórios: a experiência latino-americana e caribenha. In: CECEÑA, A. E. (Coord.). Los desafíos de las emancipaciones en un contexto militarizado. Buenos Aires: CLACSO, 2006, p. 151-197, 2016.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter; CUIN, Danilo Pereira. Geografia dos Conflitos por Terra no Brasil (2013): Expropriação, Violência e R-Existência. In: FLORES, Pavel C. López; GUERREIRO, Luciana García (Eds.). Pueblos Originarios en lucha por las Autonomías: Experiencias y desafíos en América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2016, p. 241–73. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctvtxw1v1.13
SABLAYROLLES, Philippe J. L.; ASSIS, William S. A certificação participativa de orgânicos como tecnologia social: estudo de caso da Cooperativa D ́Irituia. Desenvolvimento Rural Interdisciplinar, Porto Alegre, v.3, n.1, p.191-217, 2020.
SANSOLO Davis Gruber; JUSTO, Marcelo Gomes; SCHIAVINATTO, Mônica; VILLANI, Giovanna Gross; FERNANDES, Silvia Aparecida de Sousa. Tecnologias socioterritoriais, soberania e segurança alimentar e nutricional. In: SANSOLO, Davis Gruber; ADDOR, Felipe; EID, Farid (Orgs.). Tecnologia social e reforma agrária popular – vol. 1. São Paulo: Cultura Acadêmica Editora, 2021, p.99-125.
SAQUET, Marcos. Consciência de classe e de lugar, práxis e desenvolvimento territorial. Rio de Janeiro: Ed. Consequência, 2017.
SOUZA, Marcelo Lopes de. “Território” da divergência (e da confusão): Em torno das imprecisas fronteiras de um conceito fundamental. In: SAQUET, Marcos A.; SPOSITO, Eliseu S. (Orgs.). Territórios e Territorialidades: Teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2009, p. 57-72.
SOUZA, Valtey M.; MELLO, Andréa H. Economia solidária, tecnologia social e identidade territorial das mulheres quebradeiras de coco babaçu no município de São Domingos do Araguaia-PA. REVISTA GEONORTE, Edição Especial 3, v.7, n.1, p.712-729, 2013.
SHANIN, Teodor. Lições Camponesas. In: PAULINO, Eliane Tomiasi; FABRINI, João E. (Org.). Campesinato e Território em disputa. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 23-47.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Márcio Freitas Eduardo, Daiane Carla Bordulis Eduardo, Roberto Antônio Finatto

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à REVISTA MUTIRÕ da Universidade Federal de Pernambuco o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. CC BY -
Permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. Esta é a mais flexível das licenças, onde o foco é a disseminação do conhecimento.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.