Entre as cercas e os muros
a trajetória de territorialização do MST em Ribeirão Preto - SP
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-6092.2024.262062Schlagworte:
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, assentamento Mário Lago, território, dinâmicas socioespaciaisAbstract
Este trabalho versa sobre a trajetória de territorialização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em Ribeirão Preto - SP. O texto busca destacar como a experiência de construção do MST em esfera nacional age, de forma dialética, no município, trazendo princípios fundamentais do Movimento na experiência de materialização do projeto de sociedade no assentamento Mário Lago. O estudo é conduzido por meio de análise de documentos oficiais do município, revisão bibliográfica de temas referentes às lutas e movimentos sociais pela reforma agrária e de entrevistas semiestruturadas com diferentes sujeitos do movimento social, desde assentados até dirigentes. Essas dimensões foram analisadas à luz do conceito de território, concebido como ligação entre os princípios de soberania e controle na sua dimensão espacial, tanto material quanto imaterial. Para tanto, tratou-se de como a realização dos valores e das demandas do MST se materializou no assentamento desde sua fase de ocupação até os dias atuais, centralizando como o processo de luta se relaciona com as mudanças das dinâmicas socioespaciais do município, que perpassou o enfrentamento aos setores do agronegócio para o setor imobiliário, este referendado pela agenda municipal caracterizada no Plano Diretor de Ribeirão Preto.
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