Proteção e bem-estar na escola: um emaranhado de nós para desatar em contextos pós-pandêmicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2448-0215.2021.250506

Palavras-chave:

Rede de proteção, Pandemia, Escola, Violência, Sofrimento emocional

Resumo

O contexto pandêmico tem despertado reflexões acerca das lacunas na proteção de crianças e adolescentes em nosso país. Os problemas já existiam, mas foram potencializados e escancarados com a crise humanitária que vive o Brasil. As consequências dos problemas relacionados ao sofrimento emocional, aos riscos aos quais são submetidos crianças e adolescentes diante de violações de direitos, cyberagressões e situações de violência doméstica tornam as instituições que atendem esse público, em especial, a escola, os únicos locais que representam proteção e segurança para falar de sentimentos, problemas e medos vivenciados por eles. Assim, a formação dos profissionais que ali atuam torna-se fundamental. Além do que, um alerta deve ser feito: a escola precisará estar atenta a tais demandas no retorno das atividades presenciais ou se tornará, em breve, palco de novas tragédias por representar a convivência não cuidada e a proteção não garantida a crianças e adolescentes vulneráveis.

Biografia do Autor

Talita Bueno Salati Lahr, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Graduada Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR (2010). Atua na área do desenvolvimento humano; psicologia social; SUAS (Sistema Único de Assistência Social;) e com famílias, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e vítimas de violência; e formação de professores. É membro do Grupo de Pesquisa GEPEM - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral - UNICAMP / UNESP. Já exerceu a função de coordenação de serviços da assistência social de baixa e alta complexidade, atividades em Serviço de Saúde voltado ao cuidado à pessoas portadoras do HIV/Aids e em grupo de revelação diagnóstica para crianças e adolescentes portadores do virús. Realizou trabalho voluntário em Angola por um ano (2011) em Instituições Escolares, Centro de Saúde e Comunidades (aldeias) e atuou no "Projeto Nunca sem Cabeça" financiado pela UNFPA - United Nations Population Fundation.

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Publicado

29-06-2021

Edição

Seção

Dossiê “Conflitos, violências, bullying na escola: problemas da convivência potencializado pela pandemia?”