Resistências pela participação democrática na escola pública: experiências da Rede Estadual Paulista

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.51359/2359-1382.2022.250550

Mots-clés :

participação democrática; resistência; política educacional; relação estado-sociedade

Résumé

Diante das intensas insatisfações de educadores(as) à política educacional do governo paulista, em 2018 foi constituído o Grupo Escola Pública e Democracia (Gepud), que conta com a participação de educadores e estudantes como espaço de soma de forças, de reflexão, análise crítica da conjuntura na perspectiva de traçarem conjuntamente ações de resistência, visando a garantia do direito à educação de qualidade da escola pública, laica, gratuita pautada pelo princípio constitucional da gestão democrática. O Gepud é o objeto de análise nesse texto, com o objetivo de apresentar e discutir nuances de sua história, por meio de pesquisa qualitativa e análise documental de pesquisa-ação. O grupo tem se constituído como espaço de acolhimento, construção coletiva, participação e aprendizagens de práticas democráticas, onde se apropriam criticamente e se resiste às políticas educacionais pautadas no gerencialismo fortalecendo a relação escola e universidade.

Bibliographies de l'auteur-e

Felipe Alencar, Universidade de São Paulo-USP, Faculdade de Educação, Brasil

Mestrando em Educação na Faculdade de Educação da USP. Pedagogo da Universidade Federal do ABC (UFABC). Membro da REPU, do Grupo de Pesquisa em Trabalho e Educação da Faculdade de Educação da USP e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Política Educacional e Gestão Escolar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Cileda dos Santos Sant'Anna Perrella, Universidade de São Paulo-USP, Faculdade de Educação, Brasil

Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Pedagogia da Faculdade Zumbi dos Palmares e pesquisadora da Rede Escola Pública e Universidade (REPU). Livros publicados: “Formação e participação políticas de conselheiros e conselheiras de escola” e “A escola pública feita por várias mãos” Cileda Perrella e Rubens Camargo (orgs), ambos editora Appris.

Références

ADRIÃO, T. Educação e produtividade: a reforma do ensino paulista e a desobrigação do Estado. São Paulo: Xamã, 2006.

AKKARI, A. Internacionalização das políticas educacionais. Petrópolis: Vozes, 2011.

ARELARO, L. R. G; JACOMINI, M. A.; CARNEIRO, S. R. G. Limitações da participação e gestão “democrática” na rede estadual paulista. Educ. Soc., Campinas, v. 37, nº 137, p. 1143-1158, out.-dez, 2016.

BALL, S. Educação Global S.A.: novas redes políticas e o imaginário neoliberal. Ponta Grossa: UEPG, 2020.

BARBIER, R. A pesquisa-ação. Brasília: Liber Livro, 2007.

BEANE, J.; APPLE, M. Escolas Democráticas. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2001.

BENEVIDES, M. V. M. Cidadania e democracia. Lua Nova, n. 33 – 94, p. 5-16, 1994.

CÁSSIO, F. et al. Heterarquização do Estado e a expansão das fronteiras da privatização da educação em São Paulo. Educ. Soc., v. 41, e241711. Dez., 2020.

CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 295-316.

ESPERO TUA (RE)VOLTA. 93 min. Direção: Eliza Capai. Globo filmes. 2019.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: o nascimento da prisão. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 50. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

FREIRE. Educação como prática da liberdade. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

FREIRE. Educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991.

GEPUD. Síntese do Seminário “Escola autônoma e democrática: isso inova”. São Paulo, 2019. Disponível em acesso em 15 mai. 2019.

GOHN, M. G. M. Educação não formal e o educador social. São Paulo: Cortez, 2010

GOULART, D. C.; PINTO, J. M. R.; CAMARGO, R. B. Duas reorganizações (1995 e 2015): do esvaziamento da rede estadual paulista à ocupação das escolas. ETD, Campinas, v. 19, n. 1, p. 109-133, jan;/mar., 2017.

GOULART, D. C.; ALENCAR, F. Inova Educação na rede estadual paulista: programa empresarial para formação do novo trabalhador. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v.13, n.1, p. 337-366, 2021.

JACOMINI, M. A.; PERRELLA, C. S. S.; PENNA, M. G. O.; BELLO, I. M. Democracia na escola: possibilidades e desafios. Educere – Revista da Educação, v. 19, n. 1, p. 195-219, jan./jun. 2019.

LAVAL, C. A escola não é uma empresa. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

LIMA. L. A gestão democrática das escolas: do autogoverno à ascensão de uma pós-democracia gestionária? Educ. Soc., Campinas, v. 35, n. 129, p. 1067-1083, out.-dez., 2014.

LIMA, L. A escola como organização educativa. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

MORAES, C. S. V.; XIMENES, S. B. Políticas educacionais e a resistência estudantil. Educ. Soc., Campinas, v. 37, n. 137, p. 1079-1087, dez. 2016.

OLIVEIRA, D. A. Os trabalhadores da educação e a construção política da profissão docente no Brasil. Educar em Revista, Curitiba, n. especial 1, p. 17-35, 2010.

PARO, V. H. Educação como exercício de poder: crítica ao senso comum em educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2014.

PARO. Crítica à estrutura da escola. São Paulo: Cortez: 2011.

PERRELLA, C. S. S. Conselheiros e conselheiras de escola em formação: aprendendo e ensinando participação. Curitiba: Appris, 2015.

PERRELLA, C. S. S.; ALENCAR, F. Gestão para resultados e ações de controle na política educacional paulista. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 38, 2022.

REPU. Política educacional na rede estadual paulista (1995 a 2018) – Projeto de pesquisa. São Paulo: Fapesp, 2018.

SÃO PAULO. Questionário de gestão democrática. São Paulo: 2017. Disponível em acesso em 15 mai. 2021.

SÂO PAULO. Inova Educação. São Paulo: EFAPE, 2019. Disponível em . Acesso em 5 mar. 2020.

SOUZA, A. N. Professores, modernização e precarização. In: ANTUNES, R. (org.). Riqueza e miséria do trabalho no Brasil II. São Paulo, Boitempo, p. 217-227, 2013.

THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 2000.

VERGER, A.; NORMAND, R. Nueva gestión pública y educación: Elementos teóricos y conceptuales para el estudio de un modelo de reforma educativa global. Educ. Soc., Campinas, v. 36, n. 132, p. 599-622, set. 2015.

Publié-e

2022-11-21

Numéro

Rubrique

Artigos